A história de Sara viralizou nas redes sociais, mas ela conseguiu fazer nova versão do documento, no qual seu cabelo natural é mostrado.
Nos últimos dias, a história de Sara Policarpo viralizou nas redes sociais, depois de a jovem de 25 anos, de Divinópolis (MG), registrar denúncia dizendo ter sofrido preconceito racial ao fazer registro de fotos 3×4 para sua carteira de identidade.
Sara fez uma publicação em seu perfil no Instagram, no último dia 21, contando o que havia acontecido. Ela foi com a sua filha, também negra e de cabelo afro, à Unidade de Atendimento Integrado (UAI) para renovar o seu Registro Geral (RG) e fazer a primeira via do documento da menina, mas conta ter ouvido que ambas estavam fora do padrão exigido para as fotos do documento.
- Conheça a “cidade-fantasma” do Nordeste que está afundando!
- Mulher que “morreu” na mesa de operação relata: “O céu é incrível, mal posso esperar para voltar”
Direitos autorais: reprodução Instagram/@sarapollicarpo.
Em seguida, conforme contou em entrevista ao G1, Sara foi a um estabelecimento fotográfico, em frente à sede da UAI, para fazer as fotos e disse que, depois de tiradas, o atendente informou que seria necessário “apagar” algumas partes de seu cabelo em uma edição fotográfica, para que a foto fosse aceita. Ela, então, disse ao atendente que seu cabelo nunca antes havia sido impedimento para fotos, mas acabou voltando para casa sem conseguir fazer nem o seu RG nem o da filha.
Na publicação do Instagram, Sara conta que chorou ao ver que sua filha passou pela mesma situação e ao perceber que todas as mulheres negras estavam com os cabelos escondidos na foto.
No boletim de ocorrência registrado por ela, consta que o funcionário pediu que Sara fosse ao banheiro diminuir o volume do cabelo e passar uma água no rosto. Ela acrescentou que foi a única a receber essa orientação, diferentemente das clientes de pele clara, e que todo o seu cabelo foi “tirado” da foto, deixando apenas seu rosto. O mesmo foi feito com a foto da filha.
A loja onde Sara fez as fotos, WD Digital, foi ouvida pelo G1, e informou que trabalha dentro dos parâmetros exigidos para fotografias de documentos de identidade e que está tranquila, pois nunca teve como objetivo ofender a jovem ou praticar racismo, apenas atendê-la de maneira correta, para que sua foto não fosse reprovada.
Depois da denúncia e de toda a repercussão do caso, no último dia 24, Sara conseguiu tirar a segunda via de seu documento e fazer o primeiro RG da filha, com fotos tiradas em casa e que não escondem seus cabelos.
A conquista veio depois de Sara ser ouvida pelo delegado Leonardo Pio, que agendou para que ela e a filha conseguissem tirar seus documentos na UAI de Itaúna.
Direitos autorais: reprodução Instagram/@sarapollicarpo.
Sara compartilhou a foto de seu novo documento no Instagram, onde recebeu apoio de milhares de pessoas que acompanharam o seu caso nos últimos dias.
Ela disse ao G1 que não esperava essa repercussão, mas que sente gratificação ao perceber o acolhimento e a empatia demonstrados pelas pessoas.
O que você pensa sobre isso?
Responda nos comentários e compartilhe em suas redes sociais!