Carina Moura, 18 anos, estava frequentemente ausente na escola no ano passado, especialmente quando estava prestes a concluir o ensino médio em uma instituição privada em Limoeiro (PE).
Não se ausentava para participar de festas ou para dormir até mais tarde; ela buscava, na verdade, estudar por conta própria, concentrando-se na redação de dissertações.
Essa abordagem (mais desafiadora) garantiu à jovem a pontuação máxima (1.000 pontos) na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022. Os resultados foram divulgados nesta quinta-feira (9).
Como o colégio fazia bastante revisão, eu preferia ir só para as aulas dos assuntos em que tinha mais dificuldade. Viviam ligando para a minha mãe, reclamando que eu faltava muito. Eu explicava para ela que estava estudando relata Carina.
Sempre fui a nerd da família.
Carina mesma explica que foi necessário manter muita disciplina para que o seu tempo de estudo (inclusive aos sábados) fosse produtivo.
Sempre fui meio autodidata, mas é difícil. Eu só parava para treinar, logo depois do almoço, e para dormir. Fazia simulados e cursinho on-line afirma.
Agora, a estudante aguarda a abertura do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para se inscrever em vagas de medicina.
Fiquei tão feliz com a nota mil que sinto como se eu tivesse passado na faculdade. Me tremi todinha! Acordei meus pais [quando vi o resultado], e ficamos a madrugada em claro. É uma euforia muito grande conta (com toda a empolgação do mundo, falando a uma velocidade equivalente à de um áudio acelerado do Whatsapp).
De Romantismo a filósofos: quais repertórios foram citados?
- Pessoas inspiradoras: Ex-faxineiro se aposenta aos 39 anos com R$ 20 milhões na conta
Ao escrever a dissertação com o tema “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”, Carina enriqueceu seu texto com referências culturais (citações de autores, filmes ou obras relacionadas ao tópico abordado):
- Na introdução, abordou a 1ª fase do Romantismo ao mencionar os indígenas.
- No desenvolvimento, citou o sociólogo Boaventura de Sousa Santos (discutindo a negligência estatal em relação aos povos tradicionais) e a filósofa Sueli Carneiro (analisando o tratamento desigual em relação aos saberes dos indígenas e quilombolas).
Fiz, durante o ano todo, mais de 45 redações. Enchi um caderno inteiro com ideias de repertório. No fim, deu certo! celebra.