Não vivo em um mundo de Alice. Vivo em um mundo de mulheres guerreiras que vão para cima e embarcam naquilo que desejam.
E cada uma dessas mulheres possui sua própria característica, sua própria força e inteligência seja ela emocional ou racional.
Eu não vivo em um mundo de Alice porque nem sempre tudo está às mil maravilhas, mas dá para sobreviver em meio a essa guerra que todos os dias nos é imposta e precisamos, com certa elegância, saber driblar certas coisas e, simplesmente, chutar o balde para outras.
Ser sobreviventes neste mundo competitivo e ao mesmo tempo tão carente de corações e almas sinceras, faz-nos refletir o que realmente merecemos e o que precisamos para nós nos tornarmos mais felizes.
Muitas vezes, só precisamos estender a mão a nós mesmas e ir.
Assim como eu, essas mulheres que carregam em sua bagagem tantas histórias sabem bem o que é ter que se reconstruir e recomeçar.
Tiro o chapéu para elas, para mim, pois coragem, muitas vezes, mistura-se com o medo, com a sensação de vazio, com a sensação de nem sabermos ao certo o que estamos sentindo.
O que não se pode é oprimir a si mesmo, reprimir-se, deixar-se presa a certos preconceitos e imposições.
Eu não vivo em um mundo de Alice, mas também gosto de captar a essência das flores, gosto de me esparramar dentro daquilo que mexe com meus sentidos e me transforma em alguém melhor.
Chapeleiros malucos existem aos montes, gente que nos atrasa a vida também. Muitas vezes, dentro de tanta inquietude, existe aquele campo vasto para ser explorado, para ser amado, sem tanto sofrimento.
Por isso que sejam Anas, Claras, Fabianas, Danielas e tantos nomes que carregam a individualidade e a personalidade de cada uma.
Que cada uma, assim como eu, lute pelos seus ideais e não se deixe intimidar por nada que atrapalhe seu desenvolvimento moral e espiritual.
Não vivo em um mundo de Alice. Mas sei da força de cada uma que está lendo isso agora.
Sei da força interna entregue e, muitas vezes, cheias de caminhos, por vezes, difíceis de percorrer.
Nada vale mais do que a própria liberdade de poder contar sonhos e realizar desejos.
Que cada uma seja o que quiser onde bem entender. E que Deus nos proteja.
Amor-próprio e fé demais não fazem mal a ninguém.
Sil Guidorizzi
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