Paul Fletcher, um homem de 59 anos, teve sua vida transformada drasticamente ao perceber lapsos de memória em 2025. No início, episódios simples de esquecimento, como perder curvas ao dirigir e não encontrar objetos, eram comuns. Contudo, os sinais evoluíram rapidamente, levando-o a ser diagnosticado com câncer cerebral no dia seguinte.
A condição de Paul se agravou de forma alarmante. Apenas um dia após notar os primeiros sintomas, ele sofreu uma convulsão grave em casa, desmaiou e precisou ser levado com urgência ao hospital.
Após exames de imagem, os médicos identificaram dois tumores em seu cérebro, sendo um deles um glioblastoma multiforme de grau quatro — considerado o tipo mais agressivo de câncer cerebral.
De acordo com especialistas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) e da American Brain Tumor Association, o glioblastoma é uma neoplasia maligna que se espalha rapidamente e resiste à maioria dos tratamentos convencionais. Sua taxa de progressão costuma ser acelerada, exigindo intervenções médicas imediatas.
Jo Fletcher, esposa de Paul, relembra com dor e lucidez o momento do diagnóstico:
Tudo aconteceu muito rápido. Foi realmente assustador. Tudo passa pela sua cabeça — um derrame, um ataque cardíaco. Depois que ouvimos que era terminal, foi uma experiência horrível
Sintomas e tratamento do câncer cerebral
Os sintomas de um câncer cerebral podem variar bastante, dependendo da localização, do tamanho e da velocidade de crescimento do tumor. No caso do glioblastoma, sinais podem se manifestar de forma sutil no início, mas evoluem rapidamente.
Entre os sintomas mais comuns estão:
- Perda de memória ou dificuldade de concentração
- Dor de cabeça persistente, geralmente mais intensa pela manhã
- Náusea e vômito sem causa aparente
- Convulsões
- Problemas na fala ou compreensão
- Alterações visuais, como visão turva ou dupla
- Mudanças de humor ou comportamento
- Fraqueza muscular ou paralisia em partes do corpo
Após o diagnóstico, Paul foi submetido a uma cirurgia de emergência para remover o máximo possível do tumor. No entanto, como é comum em casos de glioblastoma, a remoção completa não foi possível devido à infiltração do câncer em áreas cerebrais vitais.
A equipe médica iniciou então um tratamento complementar com quimioterapia e radioterapia. A quimioterapia costuma ser feita com temozolomida, medicamento padrão para esse tipo de tumor, enquanto a radioterapia ajuda a retardar o crescimento das células restantes. No entanto, mesmo com tratamento agressivo, o glioblastoma possui alta taxa de recorrência.
De acordo com dados do Cancer Research UK, apenas cerca de 5% dos pacientes com glioblastoma vivem mais de cinco anos após o diagnóstico, e a sobrevida média gira em torno de 12 a 18 meses.
Mudanças na rotina e esperança
Diante desse cenário, Paul e sua família optaram por adotar mudanças significativas na rotina para melhorar a qualidade de vida e prolongar o tempo juntos.
A esposa Jo compartilhou a estratégia adotada:
Estamos seguindo uma dieta cetogênica, caminhando diariamente e evitando açúcar para dar mais qualidade de vida ao Paul
A dieta cetogênica, que consiste em uma alimentação rica em gorduras boas e pobre em carboidratos, vem sendo estudada por sua possível eficácia no controle do crescimento de tumores, já que as células cancerígenas dependem de glicose para se multiplicar. Ainda que não substitua o tratamento médico, essa abordagem pode oferecer suporte complementar.
Além disso, a família valoriza momentos de bem-estar, contato com a natureza e a manutenção da saúde emocional de Paul. Práticas como meditação, fisioterapia leve e acompanhamento psicológico fazem parte da nova rotina.
A história de Paul Fletcher reflete a realidade de milhares de pessoas que enfrentam o câncer cerebral com coragem, fé e apoio familiar.
Apesar da gravidade do diagnóstico, a busca por qualidade de vida e esperança se tornou prioridade. Em meio a um cenário desafiador, ele segue em sua jornada com dignidade, amor e força para lutar um dia de cada vez.