Ao longo de sua trajetória, Cláudio Corrêa e Castro, um dos rostos mais conhecidos da televisão brasileira, participou de mais de 50 novelas. No entanto, por trás das câmeras, ele enfrentou desafios financeiros, problemas de saúde e um fim de vida solitário no Retiro dos Artistas.
Natural do Rio de Janeiro, Cláudio começou sua jornada artística longe das telas. Formado pela Escola Nacional de Belas Artes e com estudos na França, iniciou sua carreira como pintor. Em 1955, ilustrou o livro “Três Contos” com gravuras em água-forte.
Nos anos 60, ampliou suas habilidades para o teatro e se tornou o primeiro diretor do Teatro de Comédia do Paraná, vinculado à Fundação Teatro Guaíra. Em Curitiba, ele dirigiu aproximadamente 20 peças e trouxe ao estado artistas como Nicette Bruno e Paulo Goulart, fortalecendo a cena cultural.
Na televisão, deixou sua marca ao interpretar diversos personagens em mais de 50 novelas. Ele participou da primeira versão de “Cabocla” (1979), “Mulheres de Areia” (1973), “O Profeta” (1977), “Dancin’ Days” (1978), “A Gata Comeu” (1985), “Sinhá Moça” (1986), “Rainha da Sucata” (1990), “O Rei do Gado” (1996), “Esperança” (2002) e “Chocolate com Pimenta” (2003), entre outras.
Na primeira versão de “Vale Tudo” (1988), Cláudio interpretou Bartolomeu. No remake atual exibido pela Globo, o personagem é vivido por Luís Mello.
Atualmente, o ator pode ser visto nas reprises de “História de Amor” (1995) e “Tieta” (1989). Na primeira novela, ele aparece como Rômulo, marido da personagem interpretada por Eva Wilma. Na segunda, faz o papel do Padre Mariano.
Dificuldades financeiras e mudança para o Retiro dos Artistas
Apesar de seu impressionante currículo, Cláudio passou por sérios problemas financeiros. Após a separação de Mirian Ayres, com quem foi casado por duas décadas e teve dois filhos, ele acumulou dívidas e se envolveu com agiotas, chegando à falência.
- Famosos: Desistiu! Cauã Reymond encerra parceria com casa de apostas e perde contrato de R$ 22 milhões
Em 2003, já enfrentando problemas de saúde, mudou-se para o Retiro dos Artistas no Rio de Janeiro. O ator buscou abrigo e cuidados enquanto lidava com questões de saúde como uma hérnia de disco que quase o incapacitou.
Tive problemas pessoais graves e não tinha para onde ir. Precisava estar num lugar como o Retiro, onde eu não gastasse nada e cuidassem de mim declarou Cláudio Corrêa e Castro ao Jornal de Brasília em 2003.
Na mesma entrevista, ele reconheceu suas dificuldades em administrar suas finanças. “Sou péssimo administrador. Ganhei muito bem, mas não soube controlar meu dinheiro. Comprava tudo sem pensar. Nunca soube dizer não. As dívidas são as únicas coisas que me atormentam“, lamentou Castro.
Falecimento após procedimento cirúrgico
O artista faleceu em 2005, aos 77 anos, devido a complicações relacionadas a uma cirurgia de ponte de safena. Castro sofria de diabetes, hipertensão e obesidade, condições que pioraram seu quadro clínico. Ele estava internado no Hospital das Clínicas de Niterói e faleceu em decorrência de falência múltipla dos órgãos.
Cláudio Corrêa e Castro deixou três filhos: Guilherme, fruto de seu relacionamento com a atriz Ileana Kwasinski, e Gabriel e João Pedro, do casamento com Mirian Ayres.