A nova série da Netflix Senna, com estreia marcada para sexta-feira (29/11), traz uma narrativa que mistura realidade e ficção para contar a vida de um dos maiores ícones do automobilismo mundial, Ayrton Senna.
A trama apresenta diálogos e situações fictícias criadas pelos roteiristas, mas também reproduz fatos marcantes da trajetória do piloto, usando depoimentos e registros históricos como base.
Momentos íntimos entre Ayrton Senna e sua então namorada, Xuxa, brincadeiras com o amigo Galvão Bueno e até a convivência com amigos de infância ganham destaque na produção. No entanto, boa parte dessas situações é pura ficção.
Um exemplo é a personagem Laura Harrison, uma jornalista britânica que desempenha um papel central na narrativa. Embora fictícia, ela simboliza a opinião pública mundial sobre Senna na época e funciona como uma representação coletiva das reações que ele despertava.
Apesar da liberdade criativa dos roteiristas, a série mantém fidelidade a diversos episódios marcantes da vida do piloto, muitos dos quais podem soar quase inacreditáveis. Esses momentos, porém, são verdadeiros e mostram como a trajetória de Senna transcende as pistas, consolidando-o como uma lenda imortal.
Senna: o piloto que virou lenda
Embora Ayrton Senna não tenha sido o maior campeão em números da Fórmula 1, com três títulos mundiais, sua carreira e personalidade continuam a fascinar fãs e críticos do esporte.
Ele está atrás de nomes como Michael Schumacher e Lewis Hamilton, que somam sete títulos cada, e de Alain Prost, seu maior rival, com quatro conquistas.
Entretanto, sua trágica morte durante uma corrida e os inúmeros momentos emblemáticos de sua carreira o tornaram um mito. Trinta anos após seu falecimento, Senna segue sendo listado entre os melhores pilotos de todos os tempos e é uma inspiração para gerações de competidores, muitos dos quais nem haviam nascido durante sua era de ouro.
Seu apelo, o fascínio mundial por ele, reside não apenas no talento surpreendente, mas também na profundidade e na complexidade de sua personalidade. Sim, ele foi um dos maiores pilotos de corrida que o mundo já viu. Talvez o maior. Mas era muito mais do que isso escreveu o jornalista Andrew Benson, refletindo sobre os 30 anos da morte de Senna
A combinação de habilidade, carisma e inteligência fez de Senna uma figura quase mitológica. Ele cativava multidões com seu estilo de pilotagem ousado e seu magnetismo pessoal.
Ele tinha um carisma tão convincente que poderia silenciar uma sala. Era magnético de se ouvir. Imensamente inteligente, ele era um filósofo disposto a fornecer uma janela aos perigos de sua profissão, seu próprio senso de mortalidade e como isso o afetava acrescenta Benson
8 momentos inacreditáveis de senna retratados na série
1. O título mundial perdido por mudança em regra
A trajetória de Ayrton Senna é repleta de histórias marcantes, e uma das mais emblemáticas, retratada na série Senna e em diversas outras biografias, é sua frustração ao perder o título mundial de kart em 1979. A narrativa reforça a imagem de Senna como um piloto que não apenas enfrentava adversários na pista, mas também um sistema que, segundo muitos, favorecia pilotos europeus, em parte devido ao domínio das fabricantes europeias na época.
No primeiro episódio da série, vemos Senna competindo contra o holandês Peter Koene no campeonato mundial de kart, realizado em Estoril, Portugal. Ambos terminaram empatados em pontos, e a definição do vencedor ficou a cargo de critérios de desempate que geraram grande controvérsia.
Senna acreditava que a colocação na bateria final seria o critério decisivo, e, por ter vencido essa corrida, chegou a comemorar intensamente diante do público presente no kartódromo. Os torcedores também estavam em êxtase com a possibilidade de ver um brasileiro no topo da categoria.
No entanto, a FIA anunciou que o critério utilizado seria a soma das colocações nas semifinais, onde Peter Koene havia superado Senna. Assim, o holandês foi declarado campeão, e Senna viu o sonho de conquistar o título mundial de kart escapar.
Esse episódio marcou profundamente a carreira de Senna. Embora tenha se tornado um dos maiores nomes da Fórmula 1, ele nunca conseguiu realizar o sonho de se sagrar campeão mundial de kart, algo que ele mesmo considerava um de seus maiores objetivos.
2. A quase aposentadoria precoce
Outro episódio marcante da vida de Ayrton Senna, também destacado na série, é sua quase aposentadoria precoce do automobilismo. No início de sua carreira, Senna enfrentou não apenas desafios nas pistas, mas também dificuldades relacionadas ao apoio limitado de sua família às suas ambições.
Em 1981, aos 20 anos, Senna deixou o Brasil e se mudou para Norfolk, na Inglaterra, para competir na Fórmula Ford 1600. Ele foi acompanhado por sua esposa Lilian, com quem havia se casado recentemente. Apesar das condições desafiadoras, Senna rapidamente demonstrou seu talento ao conquistar vitórias logo nas primeiras corridas.
Na sua estreia pela equipe Van Diemen, Senna chegou em quinto lugar. Duas semanas depois, ele venceu sua primeira corrida e, ao longo daquela temporada, acumulou 12 vitórias em 19 corridas, sagrando-se campeão. Seu desempenho chamou a atenção de grandes equipes e começou a construir sua reputação como um dos pilotos mais promissores de sua geração.
No entanto, o sucesso nas pistas também trouxe rivalidades intensas. Durante uma corrida no circuito de Mallory Park, Senna foi jogado para fora da pista pelo argentino Enrique Mansilla, seu companheiro de equipe na Van Diemen. Mansilla alegou que Senna também havia sido agressivo em corridas anteriores. O incidente culminou em uma briga entre os dois, com uma foto icônica mostrando Senna segurando Mansilla pelo pescoço.
Apesar do sucesso na temporada, Senna surpreendeu ao anunciar sua aposentadoria no final do ano. A decisão foi influenciada por sua esposa Lilian, que não se adaptava à vida na Inglaterra, e por um acordo com seus pais de que ele voltaria ao Brasil para trabalhar nos negócios da família.
3. A vitória inusitada com fita adesiva
No início dos anos 1980, Ayrton Senna deu passos decisivos rumo ao seu grande sonho de competir na Fórmula 1. Em 1982, conquistou os campeonatos europeu e britânico de Fórmula Ford 2000 e, no ano seguinte, foi campeão da Fórmula 3 na Inglaterra.
A temporada de 1983 ficou marcada por uma rivalidade intensa com o piloto britânico Martin Brundle, que hoje é um dos principais comentaristas de Fórmula 1. Senna começou o campeonato com uma sequência impressionante de nove vitórias consecutivas, mas Brundle reagiu, tornando a disputa cada vez mais apertada.
A decisão do título aconteceu na corrida final, no circuito de Thruxton, e Senna recorreu a uma estratégia incomum para garantir a vitória. Sua equipe utilizou fitas adesivas para cobrir parcialmente a entrada de ar do radiador do carro, acelerando o aquecimento do óleo e permitindo que o motor atingisse seu desempenho ideal logo nas primeiras voltas.
No entanto, o plano trouxe riscos: na sexta volta, o motor começou a superaquecer, e Senna precisou agir rapidamente. Ele afrouxou seu cinto de segurança e, com uma mão, arrancou as fitas adesivas enquanto atravessava uma chicana — um dos trechos mais perigosos da pista.
Senna revelou que havia praticado a manobra por semanas, mas realizar o feito em plena corrida foi um ato de coragem e habilidade. A estratégia deu certo, e ele venceu tanto a corrida quanto o campeonato.
Com um recorde de 12 vitórias em 20 corridas, Senna consolidou sua reputação na Fórmula 3. O desempenho chamou a atenção de grandes equipes de Fórmula 1, como Toleman, McLaren, Brabham e Williams, que convidaram o piloto brasileiro para testes, aproximando-o de seu maior objetivo.
4. A corrida lendária na chuva de mônaco
Em 1984, Ayrton Senna finalmente chegou à Fórmula 1, mas não em uma equipe de ponta. Ele começou sua trajetória na Toleman, uma equipe modesta que até então não havia alcançado resultados expressivos.
A estreia do piloto aconteceu no Grande Prêmio do Brasil, em Jacarepaguá, mas foi marcada por um abandono precoce na oitava volta devido a problemas no motor. No entanto, a sexta etapa do campeonato, realizada em Mônaco, mudaria completamente a percepção do mundo sobre o talento de Senna.
O Grande Prêmio de Mônaco daquele ano foi disputado sob forte chuva, o que atrasou a largada em 45 minutos. As condições da pista eram extremas, com poças de óleo e visibilidade reduzida. O túnel, um dos trechos icônicos da corrida, precisou ser molhado artificialmente por um caminhão de bombeiros para equilibrar as condições.
Senna começou a corrida na 13ª posição com seu Toleman, mas rapidamente demonstrou sua habilidade única em pista molhada. Ele ultrapassou adversários como René Arnoux e Michele Alboreto, ambos da Ferrari, mostrando ousadia e precisão em cada manobra.
Na liderança estava Alain Prost, com sua McLaren. Enquanto a chuva continuava a castigar a pista, Senna se aproximava cada vez mais do líder. A corrida deveria ter 76 voltas, mas na volta 29, Prost começou a gesticular, pedindo a interrupção da prova devido às condições climáticas.
A corrida foi interrompida na volta 32, com bandeira vermelha. Pouco antes da bandeira ser mostrada, Senna ultrapassou Prost e cruzou a linha de chegada em primeiro. No entanto, pelas regras da Fórmula 1, o vencedor seria determinado com base na posição da volta anterior à interrupção, o que garantiu a vitória de Prost.
A decisão gerou polêmica imediata. Muitos jornalistas e fãs argumentaram que Senna foi o verdadeiro vencedor moral da prova. Mesmo com um carro inferior, ele registrou a volta mais rápida da corrida e esteve muito perto de conquistar sua primeira vitória na Fórmula 1.
A primeira vitória oficial de Senna viria no ano seguinte, no Grande Prêmio de Estoril, já competindo pela Lotus. Curiosamente, essa corrida também foi disputada sob chuva, confirmando o título que Senna carregaria para sempre: o “rei da chuva”.
5. A inacreditável batida sozinho em mônaco
Ayrton Senna conquistou o título de “rei de Mônaco” após vencer a prova de 1987 com a Lotus e garantir cinco vitórias consecutivas no circuito entre 1989 e 1993. Com esse feito, ele superou o britânico Graham Hill, até então conhecido como “mister Mônaco” devido às suas cinco vitórias no principado.
Mas, em 1988, Senna, que pilotava a McLaren, viveu um de seus maiores fracassos no circuito, em um episódio que se tornou uma lenda na Fórmula 1.
No sábado, durante os treinos classificatórios, Senna alcançou a pole position com uma volta impressionante, sendo 1,5 segundo mais rápido que seu principal concorrente, Alain Prost, seu colega de equipe. Essa diferença chocante, especialmente para os padrões de uma pista curta como Mônaco, chamou a atenção de todos.
No dia da corrida, Senna dominou completamente. Ele abriu uma vantagem de 55 segundos sobre Prost, algo extraordinário em um circuito em que as voltas duram cerca de 1 minuto e 30 segundos. Mesmo com a vitória praticamente garantida, Senna continuava cravando voltas rápidas, mostrando sua obsessão por superar seus próprios limites.
Na volta 67, no entanto, o inesperado aconteceu. Senna cometeu um erro e bateu sozinho na entrada do túnel de Mônaco, encerrando sua corrida. Frustrado, ele saiu do carro e foi direto para seu apartamento, que ficava a poucos metros do circuito, sem falar com ninguém da equipe. Ele permaneceu recluso até a noite, ignorando as ligações de amigos e membros da McLaren.
Esse episódio é frequentemente citado como um exemplo da determinação obsessiva de Senna de ser sempre o melhor, mesmo quando a vitória já estava assegurada. Alain Prost acabou vencendo a corrida após o abandono de Senna.
Apesar da decepção em Mônaco, o ano de 1988 foi marcante para o piloto brasileiro. Senna conquistou a pole position em 13 das 16 corridas, venceu oito provas e garantiu seu primeiro título mundial de Fórmula 1, realizando um de seus maiores sonhos.
6. A desclassificação no japão que custou um título
O Grande Prêmio do Japão de 1989, realizado no circuito de Suzuka, é uma das corridas mais polêmicas da história da Fórmula 1. Essa prova, marcada por um confronto direto entre Ayrton Senna e Alain Prost, definiu não apenas o campeonato daquele ano, mas também o rumo da rivalidade entre os dois pilotos.
Senna precisava vencer a corrida para continuar na disputa pelo título mundial contra Prost, que liderava o campeonato. Durante toda a prova, Senna perseguiu implacavelmente seu colega de equipe, criando uma tensão crescente em cada volta.
Na volta 47, o momento decisivo aconteceu. Senna tentou ultrapassar Prost na entrada apertada da última chicane do circuito. Nenhum dos dois pilotos cedeu espaço, e os carros se tocaram, saindo da pista.
Prost saiu do carro imediatamente, acreditando que o acidente lhe garantiria o título mundial. Senna, no entanto, gesticulou para os fiscais de pista empurrarem seu carro de volta à corrida. Ele retornou aos boxes para trocar o bico do carro, que havia sido danificado no acidente, e voltou à pista.
Nas últimas voltas da corrida, Senna ultrapassou o líder Alessandro Nannini e cruzou a linha de chegada em primeiro lugar, aparentemente garantindo a vitória. Mas a comemoração foi curta.
Os comissários de prova desclassificaram Senna por ter cortado a chicane ao retornar à pista após o acidente. Segundo as regras, ele deveria ter retomado a corrida exatamente do ponto onde o incidente ocorreu.
A decisão gerou enorme polêmica. Senna acusou o então presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Jean-Marie Balestre, de beneficiar Prost, que também era francês.
Foi uma manobra para favorecer o Prost. Fui injustamente desclassificado. Eles não querem que eu vença declarou Senna na época
Além da desclassificação, Senna foi multado em US$ 100 mil e inicialmente suspenso por seis meses, embora a punição tenha sido revertida posteriormente.
Esse episódio não apenas tirou de Senna a chance de conquistar o título de 1989, mas também aprofundou sua rivalidade com Prost, transformando-a em um dos maiores duelos da história do esporte.
7. A colisão com prost que garantiu o título — e o apoio de piquet
No Grande Prêmio do Japão de 1990, mais uma vez o campeonato mundial da Fórmula 1 foi decidido em Suzuka, em um confronto direto entre Ayrton Senna e Alain Prost. Desta vez, Prost pilotava pela Ferrari, enquanto Senna defendia a McLaren.
Senna chegou à corrida com vantagem: bastava que Prost não pontuasse para que ele fosse declarado campeão. Porém, antes mesmo da prova começar, uma polêmica já estava em curso.
Dias antes, Senna pediu à direção de prova que revisasse a posição de largada no circuito. Ele argumentava que o pole position deveria largar do lado “limpo” da pista, onde o asfalto tem maior aderência.
Essa configuração era comum em outras pistas, mas em Suzuka, o pole largava do lado sujo. Embora a mudança tenha sido inicialmente aprovada, o então presidente da FIA, Jean-Marie Balestre, reverteu a decisão, reacendendo tensões entre Senna e a direção da Fórmula 1.
O episódio gerou debates acalorados entre os pilotos, incluindo Nelson Piquet, que na época corria pela Benetton. Piquet apoiou Senna, acusando a FIA de prejudicá-lo deliberadamente.
Quando a corrida começou, a tensão explodiu logo na primeira curva. Senna e Prost colidiram, tirando ambos da corrida. Para Senna, o título estava garantido com a saída de Prost. Mais tarde, Senna admitiu que o choque foi intencional, uma retaliação pelo que havia acontecido no mesmo circuito no ano anterior.
O que ele fez é nojento declarou Prost após o incidente
“Eu não estou pronto para lutar contra pessoas irresponsáveis que não têm medo de morrer.”
Senna respondeu de forma categórica:
“Não dou a mínima para o que ele diz. Ele tentou me destruir, mas não vai conseguir.”
Embora a colisão tenha gerado críticas, ela também consolidou a rivalidade entre Senna e Prost como uma das mais intensas e icônicas da história do esporte.
8. A vitória histórica com apenas uma marcha em interlagos
Em 1991, Ayrton Senna já era um ídolo consagrado no Brasil, com dois títulos mundiais. Contudo, uma vitória em casa, no Grande Prêmio do Brasil, ainda era um sonho não realizado.
No circuito de Interlagos, Senna largou na pole position e manteve uma liderança consistente. Seu principal rival na corrida era Nigel Mansell, da Williams, que chegou a reduzir significativamente a vantagem de Senna. Entretanto, a pressão de Mansell foi interrompida quando seu carro quebrou na volta 61, a apenas dez voltas do fim.
A ameaça seguinte veio do outro piloto da Williams, Ricardo Patrese. Para complicar ainda mais, o carro de Senna começou a apresentar problemas na transmissão. Nas voltas finais, ele ficou limitado à sexta marcha, enfrentando enorme dificuldade para controlar o carro.
As últimas voltas foram extenuantes, tanto física quanto emocionalmente. Senna enfrentou espasmos musculares devido ao esforço necessário para conduzir o carro em condições tão adversas. Ainda assim, ele cruzou a linha de chegada com uma vantagem mínima de três segundos sobre Patrese, garantindo a vitória tão esperada.
A cena de Senna no pódio, exausto e mal conseguindo levantar o troféu, se tornou uma das imagens mais emblemáticas de sua carreira, simbolizando sua determinação e paixão pelo automobilismo.
Dois momentos inacreditáveis que ficaram de fora da série
Paralisia facial que ameaçou sua carreira
Em 1984, enquanto Senna se preparava para deixar a Toleman e ingressar na Lotus, ele enfrentou um problema de saúde que poderia ter encerrado sua carreira. O lado direito de seu rosto ficou paralisado devido a uma mastoidite, uma infecção que afeta um nervo localizado atrás da orelha.
O diagnóstico exigiu o uso de cortisona, mas Senna demonstrou preocupação com os possíveis efeitos colaterais do medicamento e buscou alternativas. No entanto, sem encontrar uma solução eficaz, ele retomou o tratamento original.
O problema foi diminuindo gradativamente ao longo de 1985, permitindo que Senna continuasse sua trajetória sem grandes prejuízos. Algumas entrevistas realizadas durante o período mostram o piloto com sinais visíveis da paralisia no lado direito do rosto.
A volta lendária em donington park
No Grande Prêmio da Europa de 1993, realizado em Donington Park, Senna protagonizou uma das performances mais memoráveis de sua carreira. Em uma pista encharcada pela chuva, ele largou na quarta posição, mas logo caiu para quinto.
Ainda na primeira volta, Senna ultrapassou quatro adversários — incluindo nomes como Michael Schumacher, Damon Hill e Alain Prost — e assumiu a liderança. Essa volta ficou conhecida como a “Volta dos Deuses”, um exemplo do talento incomparável de Senna em condições adversas.
Durante a corrida, Senna também utilizou uma estratégia inusitada. Ele passou pelos boxes alegando problemas de comunicação com a equipe, mas, na verdade, estava encurtando o percurso em 200 metros. Sem limites de velocidade nos boxes na época, ele conseguiu registrar a volta mais rápida da prova.
Senna venceu a corrida, consolidando sua reputação como o melhor piloto em pista molhada e protagonizando um dos capítulos mais icônicos da Fórmula 1.
Um legado imortal
Os episódios destacados, tanto na série quanto fora dela, são um reflexo da complexidade e genialidade de Ayrton Senna.
Seja pela ousadia em decisões polêmicas, seja pela superação de limites físicos e técnicos, Senna deixou um legado que transcende o automobilismo, consolidando-se como um símbolo de excelência e determinação.