Parece que as horas falam contando o tempo pra poder te ver, e que o vento traz o seu gosto doce pra eu poder sentir. A TV já sussurra aquele seriado que eu nem sei o porque comecei a assistir, eu olho pro lado pra fazer piada e não tem com quem rir.
Talvez certas coisas simplesmente tenham que acontecer e nada disso me afasta mais ou menos das conversas únicas com trocadilhos e emojis que só tu consegue entender. Pesa a falta que faz ter alguém pra roubar minha gelatina pela metade, mas é leve saber que nenhuma distância diminui sua morada aqui dentro.
É que nem chiclete, refrão de música sem sentido, cola na cabeça, entra na mesma frequência de onde estiver. Eu não sei falar com drama, porque com você é tudo tão leve. Não é sobre o tempo, deixa passar as horas, quando contar os segundos, onde quer que eu esteja, ainda estarei aqui.
E é gostoso rir do teu riso, de algo sem sentido que acabei de dizer ou das cócegas que arrancou de mim.É gostoso tua mão me esquentar, ter que olhar pra cima pra te beijar. É sintonia de Marte olhar teus olhos terra, quase mel.
Não é pra ser nada clichê, nada pra ser nada demais, é “só” sobre você e meu jeito meio doido de tentar mostrar que dos dias de rock até MPB, que com ou sem “acorda ai”, to pensando em você. E não é sobre te ter toda hora, não é sobre o quanto demora, é só por lembrar de nós dois e começar a sorrir.
Não é sua ausência que aperta – não mais que seu abraço. É a presença das tuas caretas, do riso pausado e o cabelo entre meus dedos que fazem morada em parte de mim.