Na tarde de 5 de fevereiro, Steven Lawayne Nelson, de 37 anos, foi executado com uma injeção letal no estado do Texas, encerrando um caso que abalou profundamente a comunidade religiosa de Arlington há mais de 10 anos. Nelson foi condenado pelo assassinato de Clint Dobson, pastor de 28 anos, em 2011.
Em seus momentos finais, ele usou suas últimas palavras para enviar uma mensagem à esposa, com quem se casou durante seu tempo no corredor da morte: “Aproveite a vida. É o que é”. Suas palavras para o carcereiro, antes da execução, foram curtas e diretas: “Vamos lá, Warden”.
O crime que chocou Arlington
O crime ocorreu em março de 2011, quando Clint Dobson, líder da Igreja Batista NorthPointe, e sua secretária, Judy Elliot, foram brutalmente atacados dentro da igreja. Enquanto Dobson não resistiu aos ferimentos, Judy sobreviveu após ser severamente espancada.
Nelson manteve sua versão de que não foi ele quem desferiu os golpes fatais. Em depoimentos, ele alegou ter ido até a igreja apenas para “vigiar”, enquanto outros criminosos não identificados roubavam o local. Segundo ele, Dobson e Elliot já estavam caídos, feridos mas vivos, quando ele chegou.
Apesar de insistir em sua inocência, um júri considerou que as evidências apresentadas eram suficientes para condená-lo à pena de morte. Testemunhas e provas materiais ligaram Nelson ao crime, incluindo pertences da vítima encontrados em seu veículo.
Em uma entrevista à imprensa, dias antes de sua execução, Nelson assumiu parte de sua responsabilidade: “Gostaria de me desculpar pelo papel que tive, mesmo não sendo eu quem a agrediu. Até hoje me dói não ter conseguido fazer nada naquela hora”.
A revogação do “Último Pedido” no Texas
Um aspecto curioso da execução de Nelson remonta a uma mudança histórica nas regras do sistema prisional do Texas. Desde 2011, condenados à morte não têm mais direito de escolher uma última refeição.
Esta mudança foi motivada pelo caso de Lawrence Russell Brewer, executado no mesmo ano, que pediu um banquete extravagante, incluindo bifes, hambúrgueres, pizza e sorvete, mas não comeu nada.
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O desperdício gerou indignação pública, levando o senador John Whitmire, presidente do Comitê de Justiça Criminal, a defender o fim desse privilégio.
“É extremamente inadequado dar a alguém condenado à morte esse tipo de regalia”, declarou na época. Desde então, os detentos recebem a mesma refeição dos demais presos no dia da execução.
Nelson, por exemplo, teve uma refeição simples antes de ser levado à sala de execução: frango grelhado, arroz e vegetais.
Os últimos momentos de Steven Nelson
De acordo com relatos da Associated Press, Nelson foi descrito como “calmo” e “em paz” pouco antes da execução. O processo de injeção letal durou 24 minutos, e sua morte foi declarada às 18h50, horário local. Em suas palavras finais, ele negou ser “o monstro que dizem”, mas evitou confrontar diretamente as acusações que pesavam sobre ele.
Judy Elliot, a secretária que sobreviveu ao ataque, não comentou publicamente sobre o desfecho do caso. Membros da Igreja NorthPointe, por outro lado, relembram Clint Dobson como um líder dedicado e um exemplo para a comunidade.
Seu legado continua vivo em projetos sociais que ele ajudou a fundar. O templo onde o crime ocorreu foi fechado em 2013, mas a congregação segue ativa em outro local, mantendo a memória de Dobson bem presente.
O impacto do caso e os debates sobre a pena de morte
Enquanto o Texas continua sendo o estado com o maior número de execuções nos Estados Unidos, o caso de Nelson reacende discussões sobre a pena capital, a eficácia do sistema judiciário e os procedimentos que cercam os últimos momentos de pessoas condenadas à morte