O tenente-coronel da Polícia Militar Clécio Teles deixou a direção do Colégio Estadual da PM Colina Azul, em Aparecida de Goiânia, após vídeos mostrarem alunos carregando 6 mil telhas e dentro de piscina o idolatrando . Em um post nas redes sociais, ele confirmou, nesta sexta-feira (4), que houve uma troca de comando na unidade.
“Novo comandante assumiu. Vamos apoiá-lo, até porque é super natural a troca de comando”, disse no vídeo.
No último dia 24 de fevereiro, o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) começou a apurar os vídeos. Uma das gravaões mostra alunos do colégio militar depois de carregarem 6 mil telhas.
O MP também pediu informações à unidade após pais denunciarem que os estudantes foram obrigados a idolatrar um funcionário do local.
A reportagem também procurou a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás (SSP-GO), por mensagens enviadas por volta das 18h, mas foi orientada pela assessoria a falar com a própria Polícia Militar.
Foi solicitado um posicionamento à Polícia Militar e ao Comando de Ensino da PM, por mensagens e e-mail enviados por volta das 17h40 desta sexta-feira (4), em relação ao afastamento do profissional, mas não teve retorno até a última atualização.
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Vídeos
Nas imagens, que começaram a circular na web em fevereiro, é possível ver mais de 30 alunos, entre homens e mulheres, em cima do telhado da escola, sem equipamentos de proteção, com um funcionário da unidade. Em uma das gravações, o servidor diz que o grupo carregou 6 mil telhas. Em seguida, eles fazem um grito de guerra (veja vídeo acima).
“E as 6 mil telhas que nós subimos, 6 mil telhas. O 3º ano e o escravo. E as 6 mil telhas”, diz o funcionário no vídeo.
Sobre isso, o Comando de Ensino da Polícia Militar disse, no dia 23 de fevereiro, que não ia se manifestar sobre o caso.
Já nas imagens que mostram alunos uniformizados dentro de uma piscina, é possível ver que eles respondem a comandos de um funcionário. Veja a transcrição de parte do diálogo:
Funcionário: “Em homenagem ao nosso”.
Alunos: “Supremo. Magnífico”.
Funcionário: “em homenagem ao nosso comandante diretor”.
Alunos fazem um grito de guerra.
De acordo com o Ministério Púbico, essa denúncia chegou por meio dos pais até o MP. Eles contaram que os estudantes foram obrigados a idolatrar um funcionário do local e também o governador Ronaldo Caiado (DEM) durante atividades na unidade.