O Banco Central do Brasil atualizou os dados do sistema de Valores a Receber, revelando que, até fevereiro de 2025, ainda existem cerca de R$ 9 bilhões em recursos disponíveis para saque por cidadãos e empresas.
Apesar de ter havido uma leve queda de aproximadamente R$ 23 milhões em relação ao mês anterior, o montante representa um crescimento quando comparado ao valor registrado em setembro de 2024, que era de R$ 8,5 bilhões.
Essa variação ocorre porque as instituições financeiras fazem atualizações constantes em suas bases de dados, o que pode incluir novos valores ou ajustes de lançamentos antigos.
Por esse motivo, é importante que o público faça consultas periódicas ao sistema, pois a situação pode mudar mesmo que a verificação anterior não tenha mostrado saldo a receber.
Mais de R$ 9 bilhões já foram devolvidos
Desde o início da iniciativa, o Banco Central já devolveu R$ 9,7 bilhões aos beneficiários. Apenas nos últimos seis meses, cerca de R$ 1,8 bilhão foi liberado, sendo que o mês com maior volume de devoluções foi outubro de 2024, com R$ 403 milhões. Outros R$ 7,8 bilhões foram resgatados em períodos anteriores.
Esses números mostram que os cidadãos estão, aos poucos, retomando valores esquecidos em instituições como bancos, cooperativas e consórcios. No entanto, ainda há um contingente expressivo de pessoas e empresas com dinheiro disponível para retirada.
Pessoas físicas concentram a maior parte do valor
Do montante total a ser devolvido, a maior parte — cerca de R$ 6,9 bilhões — pertence a pessoas físicas. As pessoas jurídicas, por sua vez, têm aproximadamente R$ 2,1 bilhões a receber. No total, mais de 46 milhões de brasileiros e 4 milhões de empresas estão cadastrados no sistema com valores esquecidos.
As principais origens desses recursos estão nos bancos, com R$ 5,3 bilhões. Em seguida, aparecem as administradoras de consórcio, com R$ 2,3 bilhões, cooperativas (R$ 786 milhões), financeiras (R$ 166 milhões) e corretoras ou distribuidoras (R$ 3,6 milhões).
Quantias variam: muitos têm menos de R$ 10
Quase 64% dos beneficiários têm valores inferiores a R$ 10 para receber. Outros 25% estão na faixa de R$ 10 a R$ 100, enquanto 9,6% têm valores entre R$ 100 e R$ 1.000. Apenas 1,7% dos beneficiários — o que representa cerca de 996 mil pessoas — têm mais de R$ 1.000 a resgatar.
Importante destacar que, se um mesmo beneficiário tiver valores em diferentes faixas, ele pode aparecer mais de uma vez nas estatísticas. Ou seja, é possível ter múltiplos saldos a receber de instituições diferentes.
Como consultar e solicitar a devolução
Para verificar se há valores disponíveis em seu nome, siga o passo a passo:
- Acesse o site oficial valores a receber
- Realize o login com sua conta gov.br (nível prata ou ouro)
- O sistema indicará o valor a receber, a instituição responsável e a origem do crédito
Ao avançar para a solicitação, duas opções podem aparecer:
- “Solicitar por aqui”: devolução via Pix, em até 12 dias úteis. Será necessário informar a chave Pix e dados pessoais
- “Solicitar via instituição”: se a devolução não puder ser feita via Pix, será necessário entrar em contato com a instituição para combinar o resgate
Atenção a golpes
Todos os serviços relacionados ao Valores a Receber são gratuitos. O Banco Central não envia links por SMS, e-mail ou WhatsApp, e também não realiza cobranças para liberar os valores.
O único canal oficial de consulta é o valoresareceber.bcb.gov.br. Se você receber mensagens oferecendo intermediação, não forneça dados e denuncie.