Um levantamento recente publicado pelo Procon-SP revelou os juros cobrados por seis grandes instituições financeiras com atuação em São Paulo, tanto para empréstimos pessoais quanto para o uso do cheque especial.
Os dados foram coletados até o dia 3 de agosto de 2023 e incluem as condições oferecidas por Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú, Banco Safra e Santander. O estudo serve como referência importante para o consumidor que busca crédito, apontando as variações entre os bancos e ajudando a evitar decisões financeiras precipitadas.
Segundo os dados divulgados, a taxa média para empréstimos pessoais chegou a 7,99% ao mês, o que representa um aumento de 0,34 ponto percentual em comparação com o mês anterior.
Apesar do cenário econômico que inclui uma leve redução na taxa básica de juros (Selic), algumas instituições ainda operam com elevações ou manutenção de taxas elevadas, o que indica uma defasagem entre os movimentos de política monetária e o custo real do crédito ao consumidor.
Entre os bancos analisados, apenas dois realizaram ajustes em suas taxas de empréstimo pessoal. O Bradesco reduziu discretamente sua taxa de 9,69% para 9,64% ao mês, enquanto o Santander foi na contramão e elevou seus juros de 7,89% para 9,99% ao mês, registrando a maior taxa de toda a pesquisa e ultrapassando os índices de concorrentes como o Itaú, que manteve 9,73%.
Significativas variações nos juros entre os bancos
Do outro lado, o banco com a menor taxa de juros para empréstimos pessoais é a Caixa Econômica Federal, com 4,96% ao mês, o que representa quase metade da taxa aplicada pelo Santander.
Essa diferença de mais de cinco pontos percentuais mostra como a escolha da instituição pode ter impacto direto no valor final pago pelo consumidor.
A seguir, confira as taxas detalhadas de empréstimo pessoal e cheque especial praticadas pelas instituições analisadas:
Banco | Empréstimo Pessoal (ao mês) | Cheque Especial (ao mês) |
---|---|---|
Banco do Brasil | 6,39% | 7,73% |
Bradesco | 9,64% | 8,00% |
Caixa Econômica Federal | 4,96% | 8,00% |
Itaú | 9,73% | 8,00% |
Safra | 7,25% | 8,00% |
Santander | 9,99% | 8,00% |
Cheque especial segue com taxas estáveis e teto regulado
Em relação ao cheque especial, o levantamento apontou que não houve alteração nas taxas praticadas pelas instituições bancárias. A média entre os bancos pesquisados foi de 7,96% ao mês, índice que permanece estável desde fevereiro de 2021.
Isso acontece em função da Resolução nº 4.765 do Banco Central, publicada em 27 de novembro de 2019, que impôs um teto de 8% ao mês na cobrança de juros sobre o cheque especial para pessoas físicas.
Todos os bancos mantêm o teto estipulado pela resolução, com exceção do Banco do Brasil, que continua cobrando uma taxa inferior, de 7,73% ao mês.
Isso torna a instituição a única com taxas abaixo do limite máximo permitido pela regulamentação federal, o que pode ser um atrativo para consumidores que necessitam recorrer a essa modalidade.
Procon alerta para os riscos do crédito caro
Apesar da recente redução da Selic, que passou de 13,75% para 13,25%, o Procon-SP reforça que as taxas de juros no mercado seguem em níveis muito elevados e, por isso, devem ser analisadas com cautela.
O acesso ao crédito, tanto pessoal quanto via cheque especial, deve ser evitado sempre que possível, especialmente por consumidores com dificuldades em manter o controle do orçamento.
Mesmo com a queda da Selic, o consumidor deve evitar essas linhas de crédito, uma vez que as taxas de juros, em ambas modalidades, permanecem em patamares elevados alertou o órgão em nota
Caso o crédito seja realmente necessário, a orientação é que o consumidor busque todas as informações disponíveis sobre o contrato, analise com atenção os encargos envolvidos e compare diferentes ofertas.
O desconhecimento das condições pode levar ao endividamento excessivo ou ao comprometimento da renda com parcelas que não cabem no orçamento mensal. Conhecer os próprios limites financeiros é essencial para fazer escolhas mais seguras em um cenário ainda marcado por incertezas econômicas.