Um novo golpe do Pix tem causado grandes prejuízos no Brasil. Os golpistas utilizam programas de acesso remoto, como TeamViewer, AnyDesk, Zoho Assist e outros, para invadir o celular das vítimas e realizar transações de alto valor sem que elas percebam.
O esquema começa com uma ligação telefônica. Os criminosos se passam por representantes de bancos, alegando que há um problema na conta ou no aplicativo bancário da vítima. Em seguida, enviam um link para a instalação de um aplicativo que, segundo eles, resolveria o problema. Na prática, trata-se de uma ferramenta que permite o controle remoto completo do dispositivo.
Ao instalar o aplicativo e fornecer o código de acesso remoto, a vítima entrega o controle do celular aos fraudadores. Eles então solicitam que ela abra o aplicativo do banco, alegando que isso é necessário para a “correção” do suposto problema.
Em alguns casos, pedem ainda que a vítima digite sua senha bancária, ou usam informações armazenadas no aparelho, como senhas salvas em aplicativos de anotações ou no próprio navegador.
Com isso, o criminoso passa a controlar o aparelho como se estivesse com ele em mãos. O acesso ao banco é feito com os dados da própria vítima, e as transferências via Pix são realizadas em segundos. Quando a pessoa percebe o golpe, os valores já foram enviados para contas de laranjas e é difícil recuperar o dinheiro.
Empresas de cibersegurança alertam que esse tipo de golpe vem crescendo de forma preocupante. Em menos de dois anos, foram registradas mais de 10 mil tentativas dessa fraude no Brasil.
A sofisticação da abordagem e o uso de aplicativos legítimos dificultam o bloqueio pelas ferramentas de segurança tradicionais, o que exige ainda mais atenção por parte do usuário.
Como funciona o golpe da “mão fantasma”
- O fraudador entra em contato com a vítima por telefone, fingindo ser um funcionário do banco. Ele utiliza estratégias como afirmar que a conta foi invadida, clonada ou que há movimentações suspeitas.
- O criminoso afirma que enviará um link para instalação de um aplicativo que irá resolver o problema. Ao instalar, a vítima dá acesso total ao dispositivo.
- Durante a chamada, o golpista orienta a vítima a abrir o aplicativo do banco e digitar a senha, ou ele mesmo localiza senhas salvas no celular. Com isso, consegue movimentar a conta sem que a vítima consiga reagir a tempo.
- O criminoso promete proteger o telefone e passa a usar o app bancário para fazer transferências. Quando a vítima percebe, o dinheiro já foi transferido para várias contas.
Como se proteger
- Desconfie de ligações que pedem para instalar aplicativos. Bancos não solicitam esse tipo de procedimento por telefone.
- Desligue o telefone imediatamente e entre em contato com o banco por canais oficiais, usando outro aparelho.
- Jamais forneça senhas ou códigos durante chamadas telefônicas, mesmo que pareçam oficiais.
- Não instale aplicativos de acesso remoto sem saber exatamente sua função. Se não for algo que você buscou, não instale.
- Ative autenticação de dois fatores (2FA) em todos os aplicativos financeiros e e-mails.
- Evite salvar senhas no bloco de notas, prints de tela ou aplicativos não protegidos.
- Use soluções de segurança confiáveis em seu celular e mantenha o sistema sempre atualizado.
O que fazer se for vítima
- Entre em contato imediatamente com seu banco para relatar o ocorrido e tentar bloquear transações futuras.
- Registre um boletim de ocorrência na Polícia Civil, preferencialmente em uma Delegacia de Crimes Cibernéticos ou pela Delegacia Online.
- Troque todas as senhas de seus aplicativos e e-mails, especialmente os vinculados a contas bancárias.
- Solicite ajuda de um técnico especializado para verificar se o acesso remoto ainda está ativo e remover aplicativos suspeitos.
Esse novo tipo de golpe é conhecido como “mão fantasma” justamente porque o criminoso assume o controle do celular da vítima à distância, como se uma mão invisível estivesse realizando todas as ações.
Com o crescimento dessa prática, a atenção redobrada dos usuários e a rápida comunicação com bancos e autoridades são fundamentais para evitar prejuízos.