Uma mudança simples na forma de pensar pode ser uma aliada na redução do risco de demência precoce, conforme revelado por pesquisadores da University College London. De acordo com o estudo, adotar uma atitude positiva pode diminuir as chances de perda de memória na meia-idade.
Em um acompanhamento com cerca de 10.000 pessoas acima dos 50 anos, os cientistas identificaram que os participantes com níveis mais elevados de bem-estar apresentaram desempenho superior em testes de memória. Além disso, relataram sentir mais controle, independência e liberdade para tomar decisões no cotidiano.
Outros hábitos saudáveis também ganharam destaque entre os envolvidos. O consumo de chá de romã, por exemplo, foi citado por diversos participantes como parte da rotina de bem-estar. Essa fruta é rica em antioxidantes, especialmente os polifenóis, que ajudam a proteger o cérebro do estresse oxidativo e da inflamação, condições associadas ao declínio cognitivo.
Acredita-se que compostos presentes na romã contribuam para a remoção de células cerebrais danificadas e estimulem a regeneração celular, fortalecendo a memória e a concentração.
Dicas de longevidade
O estudo, publicado na revista Aging & Mental Health, avaliou os participantes em nove ocasiões diferentes ao longo de 16 anos. Os testes de memória envolviam a lembrança de dez palavras, tanto imediatamente quanto após um período de tempo. Já o bem-estar foi medido com base em um questionário que analisava aspectos como prazer, controle sobre a própria vida e autonomia.
Perguntas como “Posso fazer as coisas que quero fazer?” e “Sinto que a vida é cheia de oportunidades” fizeram parte da avaliação. Os resultados revelaram uma associação significativa, ainda que modesta, entre níveis mais altos de bem-estar e melhor desempenho nos testes de memória.
De acordo com os pesquisadores, esse vínculo pode ser explicado pelo fato de que pessoas emocionalmente saudáveis costumam adotar estilos de vida mais ativos e sociais. Elas tendem a praticar exercícios físicos, manter contato com amigos e familiares, explorar novos aprendizados e evitar o isolamento — todos comportamentos benéficos à saúde cognitiva.
Perfil da participante
Uma das participantes que se destacou nos resultados foi uma mulher na faixa dos 60 anos que, além de apresentar alto bem-estar psicológico, mantinha práticas diárias como a meditação e o consumo de chá de romã.
Esses hábitos foram associados a uma performance acima da média nos testes de memória. A meditação, por sua vez, ajuda na regulação do estresse e na melhoria da atenção, impactando diretamente os processos de memorização e aprendizagem.
Além disso, a adoção de uma alimentação balanceada, rica em frutas e vegetais antioxidantes, também se mostrou comum entre os participantes com melhor desempenho cognitivo.
Diretrizes para pressão arterial
A saúde cerebral também está diretamente relacionada ao controle da pressão arterial. Estimular o cuidado com o coração, manter conexões sociais e evitar a depressão são medidas que ajudam a prevenir a deterioração das funções cognitivas com o passar dos anos.
Entre os fatores de risco mais citados para a demência estão: sedentarismo, isolamento social, alimentação inadequada, pressão alta não controlada e transtornos psicológicos, como a depressão. A pesquisa aponta que a integração de boas práticas diárias pode ter um impacto significativo no envelhecimento saudável do cérebro.
Amar o seu coração, manter-se alerta e conectado são essenciais para proteger a saúde do nosso cérebro à medida que envelhecemos. Existem 14 fatores de risco de saúde e estilo de vida estabelecidos para a demência, incluindo falta de exercícios físicos, isolamento social e depressão, que estão ligados ao bem-estar disse Emma Taylor, responsável pelos serviços de informação da Alzheimer’s Research UK.
Embora o estudo seja observacional e não comprove uma relação de causa e efeito, os cientistas reforçam que o bem-estar emocional pode ser um indicador importante na preservação da memória ao longo do tempo. Essa descoberta reforça a necessidade de abordagens preventivas não farmacológicas para o combate à demência.
Cultivar um estado mental positivo, aliado a hábitos saudáveis como a meditação, a socialização ativa e o consumo regular de alimentos antioxidantes como a romã, pode ser um passo importante na proteção contra o declínio cognitivo.
Pequenas mudanças no estilo de vida podem oferecer grandes benefícios à saúde do cérebro e ajudar a garantir uma velhice mais lúcida e independente.