Desde tempos imemoriais, a humanidade tem se perguntado sobre o que acontece após a morte. Religiões e filosofias oferecem várias visões, mas algumas histórias se destacam por seus detalhes impressionantes.
Uma dessas histórias é a do poeta britânico Frederic Myers, fundador da Sociedade de Pesquisa Psíquica, que supostamente transmitiu descrições detalhadas do “outro lado” através de médiuns, décadas após sua morte em 1901.
Essas narrativas inspiraram o autor Chris Carter a explorar o assunto em seu livro The Case for the Afterlife, revelando uma visão complexa e hierárquica do além.
De acordo com as descrições atribuídas a Myers, a vida após a morte não é um destino único, mas uma jornada através de sete planos distintos, cada um com suas próprias características.
Esses estágios refletiriam o desenvolvimento moral e espiritual de cada pessoa, determinando como e onde suas almas evoluiriam. Vamos explorar cada um desses níveis conforme apresentados por Carter.
7 níveis pós morte segundo o homem
Plano 1: Terra
O primeiro plano descrito por Myers é a Terra, o mundo que conhecemos, onde a alma inicia sua jornada após a morte. Myers vê a vida física não como um fim, mas como o início de um processo mais amplo e complexo.
A experiência terrena serve como base para o que virá em seguida, estabelecendo a fundação para o desenvolvimento espiritual da alma.
Plano 2: Hades – O estado intermediário
Após deixar o corpo, a alma de Myers chega ao Hades, descrito como uma zona intermediária entre a vida terrena e as esferas superiores. Ao contrário da visão tradicional do inferno, o Hades, segundo Myers, é um espaço de descanso, tranquilo e pacífico, onde a alma se recupera e reflete antes de continuar sua jornada.
Esse plano não é definido pela dor ou punição, mas pela oportunidade de recuperar forças. Myers relatou que, após sua morte na Itália, o Hades foi um refúgio ideal para descanso, uma espécie de repouso suave entre uma vida e a próxima etapa do caminho.
Plano 3: a esfera da imaginação terrena
O terceiro nível é uma esfera que lembra a Terra, mas com uma beleza e harmonia amplificadas. Nesse plano, as almas formam comunidades baseadas em interesses e afinidades comuns. Contudo, também existem áreas sombrias, habitadas por almas que, durante sua vida, escolheram caminhos egoístas ou prejudiciais.
Essas zonas não são um local de punição, mas refletem o estado mental e emocional dessas almas, sendo o tempo de permanência nesses lugares determinado pela capacidade da alma de reconhecer a necessidade de evolução.
Plano 4: Eido – O primeiro “verdadeiro céu”
Eido, o quarto plano, marca a ruptura com o familiar e o início de uma experiência genuinamente celestial. Myers descreve esse plano como um espaço de cores e formas tão extraordinárias que desafiam qualquer entendimento humano.
O céu de Eido é incomparável ao que conhecemos na Terra, sendo a primeira experiência autêntica de um paraíso espiritual, onde a alma começa a sentir o que seria uma verdadeira conexão com o divino.
Plano 5: o plano da chama
No quinto nível, a experiência se torna mais abstrata. Myers descreve uma realidade onde a alma começa a perceber as dimensões do universo de uma maneira totalmente nova, como se estivesse sendo moldada e transformada em uma nova essência.
Embora o nome “Plano da Chama” evoque o fogo, este não é um lugar de sofrimento, mas sim de transformação, onde as almas se preparam para os planos ainda mais elevados, se tornando mais puras e elevadas.
Plano 6: o plano da luz
O sexto plano é marcado pela total ausência de forma física. Nesse estágio, a alma se transforma em luz pura, unificada com a essência do “Criador”. A individualidade desaparece, e a alma se funde com uma rede cósmica de luz eterna.
A transição para esse plano representa a completa perda da separação individual, tornando-se parte de algo maior e infinitamente mais profundo. Este é o plano em que a compreensão do universo e do divino se amplia, mas a capacidade de compreender sua magnitude ainda está além da compreensão de muitas almas.
Plano 7: fora do alcance – A conexão com o divino
O último plano é o mais enigmático e distante. Chamado de “Fora do Alcance”, esse estágio representa a alma se aproximando do divino, mas sem ainda ter um encontro direto com o Criador.
Ao contrário das descrições religiosas tradicionais de um encontro imediato com Deus, Myers sugere que, neste estágio, a alma ainda não está pronta para compreender a totalidade do divino.
A jornada de ascensão não termina com um encontro imediato com Deus, mas é um processo gradual que requer a evolução espiritual da alma.
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O significado das descrições de Myers
Segundo Myers, conceitos como “inferno” e “céu” não devem ser entendidos da maneira convencional que as religiões os apresentam. O sofrimento após a morte, em sua visão, é uma projeção interna, não um castigo eterno.
Além disso, a noção de Deus, como um ser onipotente, está além da capacidade humana de compreensão imediata. Para Myers, a jornada pós-morte não é apenas uma experiência de aprendizado, mas uma grande aventura espiritual que envolve a evolução da alma, onde cada plano reflete o progresso interior da alma.
Chris Carter, ao analisar essas descrições, propõe uma visão fascinante, misturando elementos místicos e científicos. Ele sugere que, seja qual for a veracidade das alegações de Myers, elas oferecem uma janela para a reflexão sobre a vida após a morte e o destino da alma.
Para aqueles interessados em explorar o mistério da existência, as ideias de Myers abrem uma perspectiva que mistura o mistério espiritual com uma estrutura quase científica.