Nas redes sociais, onde a busca pela perfeição estética dita boa parte das tendências, um jovem de 19 anos resolveu seguir o caminho oposto — e viralizou por isso.
Conhecido como @thecrookedman10 no TikTok e Instagram, ele ganhou notoriedade ao desenvolver propositalmente apenas um músculo do corpo: o trapézio direito. O resultado, visivelmente assimétrico, é fruto de um treino direcionado com um toque de crítica social.
O trapézio é um músculo importante, que se estende da nuca à parte superior das costas e é essencial para movimentos como elevação dos ombros e sustentação de peso.
Enquanto atletas como Brock Lesnar o trabalham com exercícios bilaterais, como shrugs e levantamento terra, o jovem influenciador decidiu investir em uma rotina inusitada: treinar somente com um braço, usando halteres e barras de forma unilateral. A meta? Não era força nem equilíbrio, mas provocar uma assimetria intencional.
Uma resposta irônica à estética do “perfeito”
A motivação para essa escolha veio como forma de sátira à tendência do looksmaxing, uma febre nas redes sociais que incentiva a maximização da aparência através de treinos pesados, dietas rígidas e uma rotina estética exaustiva.
Em tom bem-humorado, o criador de conteúdo explicou suas razões em um vídeo:
“Eles dizem: ‘Faça isso, faça aquilo, você ficará mais atraente e conquistará mais mulheres’. Mas eu tenho o problema oposto: recebo tantas mensagens que não consigo responder todas”.
Foi assim que surgiu o conceito de looksminimizing — ou seja, a minimização deliberada da aparência como contraponto ao padrão dominante. A lógica por trás da ideia é simples e sarcástica: se a simetria chama atenção demais, talvez a assimetria seja a melhor forma de se esconder.
“Treinar apenas um trapézio resolveu meu problema. Funcionou perfeitamente”, declarou.
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O corpo assimétrico que virou marca registrada
Apesar do tom de brincadeira, a transformação física é real. As fotos publicadas por ele nas redes sociais mostram claramente o contraste entre os dois lados do corpo: o ombro direito, hipertrofiado e definido, chama atenção frente ao lado esquerdo, que permaneceu natural. A abordagem curiosa gerou reações diversas. Parte dos seguidores achou a ideia genial e inovadora.
“Não entendo, mas amo”, escreveu um fã. Outros embarcaram no clima bem-humorado: “Agora faz sentido você não responder minhas DMs!”
Surpreendentemente, a provocação estética começou a inspirar alguns usuários, que decidiram testar treinos unilaterais por conta própria — fosse por curiosidade, fosse para experimentar os efeitos no próprio corpo.
A ironia da proposta, que nasceu como piada, rapidamente se transformou em algo maior: um símbolo de resistência à padronização estética.
Crítica aos padrões de beleza nas redes
O fenômeno não se limita à transformação física ou ao alcance nas redes. Ele reacende o debate sobre como as tendências estéticas digitais impactam a autoimagem, especialmente entre os mais jovens.
O looksmaxing, por exemplo, é frequentemente criticado por alimentar expectativas irreais, encorajando sacrifícios que nem sempre fazem sentido fora das redes.
Ao inverter esse discurso e levar a simetria ao extremo oposto, @thecrookedman10 não apenas ganhou visibilidade, mas também expôs a pressão estética velada que domina o ambiente digital.
O sucesso de sua abordagem mostra que, em meio a filtros e corpos idealizados, ainda há espaço para o questionamento — mesmo que feito com humor.
Um experimento que virou manifesto
Atualmente, ele continua publicando vídeos dos treinos unilaterais, sempre com tom leve e irônico. E, por trás da assimetria, existe uma mensagem clara: desafiar regras, provocar desconforto e abrir espaço para novas formas de se enxergar — com ou sem simetria.
Independentemente da intenção original, o jovem demonstrou que a melhor forma de se destacar em um mar de padrões pode ser, justamente, quebrar todos eles.
Confira: