Karl Marx é descrito como uma dos filósofos mais importantes da história da humanidade e seu trabalho é constantemente envolvido em críticas e elogios, como também é alvo de polêmicas, como a acusação de plágio que sofreu.
Desde a publicação de suas obras, vários artistas, filósofos entre outros intelectuais foram bastante influenciados pelos pensamentos do autor alemão, que ficou conhecido por ter arquitetado boa parte da ciência social moderna.
Grande parte de sua vida, o filósofo passou em Londres, na Inglaterra, onde contribuiu para o estudo social e econômico. Ao lado de Friedrich Engels, ambos elaboraram um novo conceito de dialética, que terminou sendo posteriormente denominado como materialismo histórico dialético.
Esse conceito conduz, até hoje, boa parte da análise social e científica da história da sociedade, já que considera como objeto de estudo a produção material humana e seus mecanismos de construção em cada época.
No mais, algumas de suas obras foram duramente criticadas e acusadas de terem sido plagiadas de outras obras anteriores de filósofos franceses.
Infância
Nascido na Prússia, em 1818, Karl Marx foi o terceiro de nove filhos de uma família de origem judaica, de classe média. Sua mãe, Henriette Pressburg, era uma judia holandesa e seu pai, Herschel Marx, era advogado e conselheiro de Justiça. Apesar de também ser descendente de uma família de judeus, o pai de Karl precisou se converter ao cristianismo luterano, devido às imposições aos membros de etnia judaica no serviço público.
Formação e sua importância na história
Aos seus 17 anos, segundo o site Mundo Educação UOL, ele teria iniciado seus estudos na Universidade de Bonn, no curso de Direito, vindo a ser transferido no ano seguinte para a Universidade de Berlim, onde passou a fazer parte do Clube dos Doutores e onde terminou desenvolvendo um profundo interesse pela filosofia, desistindo de cursar direito.
Na Universidade de Berlim, Marx passou a ser discípulo intelectual das obras deixadas por Gerog Wilhelm Friedrich Hegel, cujos fundamentos terminaram servindo como base para sua produção teórica, mas principalmente para a fundamentação do conceito de dialética.
Em 1841, aos 23 anos, Marx conseguiu o título de doutor, mas não conseguiu ingressar na carreira acadêmica. Por ter sido bastante crítico ao governo prussiano, muitas universidades terminaram vetando sua admissão como professor, algo que o deixou profundamente desgostoso.
Após as negativas, Marx passou a chefiar a redação do jornal Rheinische Zeitung, em Colônia, na Alemanha, onde escreveu inúmeros artigos em defesa da democracia. Já em 1843, Marx passou a trabalhar como jornalista no Gazeta Renana, que tinha um foco mais socialista. Porém, o veículo foi fechado pelos censores do governo prussiano.
Nessa mesma redação, ele teria conhecido quem seria seu colega de longa data, Friedrich Engels. Em relação às obras, Marx deixou vários livros que ainda são estudados até hoje pela classe intelectual e até por outros personagens da sociedade.
O Manifesto Comunista, de 1847, é uma crítica ao capitalismo e revela a história do movimento operário. Devido a vários tumultos sociais na Europa, o livro só conseguiu ser publicado um ano mais tarde em Londres. Pouco tempo depois, Marx e sua esposa foram presos e expulsos da Bélgica. Antes de irem para Londres, a família também teria passado por Paris, mas não foram aceitos pelo governo francês.
O Capital foi publicado em 1867, com a ajuda financeira de Engels. Nessa obra, Marx realiza uma análise crítica ao capitalismo, sintetizando o funcionamento da economia capitalista. Esse livro se tornaria sua principal obra é uma das mais lidas do filósofo e sociólogo.
Outras obras de Marx são: “Trabalho Assalariado e Capital”, de 1849, “O 18 Brumário de Luís Bonaparte”, de 1852, e “Contribuição à Crítica da Economia Política”, de 1859.
Sua filosofia, segundo o site Guia do Estudante, caracteriza-se por entender que a realidade não é estável, senão um processo constante e progressivo de mudanças, que se dão desde os conflitos contrários.
Outro de seus aportes bastante conhecidos é a metáfora do edifício, como o alemão explicou os conceitos de infraestrutura e superestrutura.
Vida pessoal
De acordo com o site Mundo Educação UOL, Marx casou-se em segredo com Jenny von Westphalen em 1843. Ambas famílias, Marx e Westphalem, não concordavam com a união. Logo após seu casamento, mudou-se para Paris, onde conheceu outros socialistas.
Por longos anos, Marx e sua então família, composta por sua esposa e sete filhos, dos quais quatro morreram ainda na infância, sobreviveram com o dinheiro proveniente da herança de Jenny. À vida adulta, somente três filhas conseguiram sobreviver: Jenny, Laura e Eleonor.
Marx também teve um filho fora do casamento. Frederick Demuth nasceu da sua relação com a militante socialista e empregada doméstica da família de Marx, Helena Demuth.
Até 1848, Marx teria vivido confortavelmente com a renda que recebia de seus trabalhos, além de seu salário. Ele também recebia presentes de vários amigos e aliados, e ainda tinha a herança deixada por seu pai. No ano seguinte, ele e sua família passaram por sérios problemas financeiros, o que fez com que eles tentassem voltar para Paris.
O governo francês teria impedido a estadia da família de Marx, e todos eles precisavam ir para Londres, onde passaria a viver até o último dia de sua vida. Lá, trabalhou para o New York Tribune, e durante a Guerra da Secessão, Marx teria declarado seu apoio ao governo de Abraham Lincoln.
Falecimento
Jenny von Westphalen veio a falecer na Inglaterra em 2 de dezembro de 1881. À época, Marx passou a deixar de frequentar a vida política e a se abster das reuniões dos grupos com os quais se relacionava. Em janeiro de 1883, depois que sua filha Jenny faleceu em decorrência a um câncer na bexiga, Marx passou a ter sua saúde cada vez mais deteriorada.
Karl Marx veio a falecer em Londres, na Inglaterra, em 14 de março de 1883, em decorrência a um abscesso pulmonar. Por sua condição apátrida, foi enterrado no Cemitério de Highgate, em Londres. Seu corpo encontra- se no mesmo local até hoje.
Em 1954, o Partido Comunista Britânico instalou uma lápide com o busto de Marx, que leva um trecho do Manifesto Comunista e outro trecho extraído das Teses sobre Feuerbach: “Os filósofos apenas interpretaram o mundo de várias maneiras, enquanto que o objetivo é mudá-lo”; e “Proletários de todos os países, uni-vos!”.
Em 1898, sua filha, Eleonor, teria se suicidado. Em 1911, Laura também se suicidou.
Controvérsias
O marxismo, atualmente, é uma das correntes filosóficas mais debatidas. Independentemente da posição política, é inegável a importância que Marx teve em sua época. Algumas de suas análises ainda são utilizadas até hoje por vários economistas, filósofos e cientistas sociais.
Entre as controvérsias, estão, sem dúvida, as acusações de plágio de Karl Marx. O filósofo e jornalista Warlaam Tcherkesoff teria demonstrado que o alemão e Engels não foram os verdadeiros autores do Manifesto Comunista.
Warlaam Tcherkesoff teria analisado toda a obra e chegado à conclusão de que o aclamado livro de Marx e Engels nada mais era que uma cópia de “Manifesto da Democracia”, do francês Victor Considérant, que foi publicado 5 anos antes.
Outra polêmica sobre as obras de Marx teria sido sobre sua suposta inspiração francesa que o alemão negou toda sua vida. Pierre-Joseph Proudhon escreveu “O que é a Propriedade? Pesquisa sobre o Princípio do Direito e do Governo”, em 1840, onde já estabelecia o conceito de “mais-valia”, que foi apossado por Marx, anos mais tarde.