O cantor Leonardo moveu um processo judicial contra o Frigorífico Goiás, uma empresa localizada em Goiânia (GO) que ganhou notoriedade durante a campanha eleitoral de 2022, ao lançar a polêmica “Picanha do Mito”, em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O artista sertanejo afirma que sua imagem está sendo utilizada pelo frigorífico para promover produtos sem sua autorização.
De acordo com a ação apresentada no Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), Leonardo, junto com a empresa Talismã, que é de sua propriedade e detém os direitos sobre sua imagem, busca uma indenização no valor de R$ 600 mil pelos danos sofridos. “A empresa requerida tem se utilizado de forma ilegítima e desautorizada das imagens do ‘cantor Leonardo’ para auferir lucro de forma indevida”, destaca a petição.
Origem da polêmica
A situação teve início em 2020, quando o sertanejo recebeu um presente do Frigorífico Goiás: uma caixa contendo cortes de carne para churrasco. Em agradecimento, Leonardo compartilhou nas redes sociais uma foto com o presente. A publicação foi até mesmo repostada pelo perfil da empresa na época.
Entretanto, conforme uma ata notarial registrada em cartório no dia 28 de fevereiro deste ano e anexada à petição, a empresa continua a usar a imagem do cantor, capturada em 2020, para promover kits de churrasco em suas redes sociais e no site oficial, sem obter autorização prévia. Confira:
Tentativas de resolução
Na ação, a defesa de Leonardo argumenta que o perfil da empresa no Instagram foi denunciado e que tentativas de contato foram feitas por telefone e mensagem, solicitando a remoção da postagem que utiliza a imagem do artista. “Vocês devem retirar, imediatamente, toda e qualquer postagem ou material publicitário envolvendo o nome, imagem e/ou som de voz do artista”, pediu o advogado do cantor.
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Até este momento, sabe-se que a ação cível foi protocolada no dia 11 de março e, conforme o andamento do processo, a empresa ainda não foi notificada.
Os advogados que representam Leonardo solicitam uma tutela de urgência para a situação, ou seja, antes mesmo do julgamento do caso em si, eles requerem que a empresa cesse imediatamente a utilização e exploração da imagem do cantor por qualquer meio de divulgação.
Além disso, assim que forem notificados, exigem que a empresa retire a imagem do sertanejo de todos os seus produtos, serviços ou negócios em um prazo improrrogável de 24 horas.
Absurdo Excelência, uma empresa de tão alta reputação locupletar-se às custas da boa fama e renome que o artista Leonardo construiu ao longo de sua vida profissional, circunstâncias com as quais não podemos concordar, e o Judiciário deve rechaçar declara a defesa do cantor em sua petição.
Polêmica e consequências em 2022
Esse mesmo frigorífico já foi associado ao cantor Gusttavo Lima como sócio. Em 2022, a empresa lançou uma campanha em apoio a Bolsonaro no dia das eleições, comercializando cortes de picanha por R$ 22, número relacionado à candidatura dele.
Isso provocou agitação na frente do estabelecimento em Goiânia e culminou na morte de uma mulher que passou mal no meio da multidão.
A Justiça determinou a suspensão da promoção sob pena de multa de R$ 10 mil por hora. A decisão judicial considerou que houve “conduta possivelmente abusiva do poder econômico em detrimento da legitimidade e isonomia do processo eleitoral”.
Poucos dias depois, durante uma ação do Procon no local, foram encontrados produtos vencidos e carnes sem data de validade, resultando em autuação para o estabelecimento.
Atualmente, a empresa continua associando seus produtos a figuras políticas de direita. A “picanha do Bolsonaro” ainda é vendida com a imagem do ex-presidente na embalagem, junto com opções que apresentam as imagens do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do argentino Javier Milei.