O ano de 2016 não foi nem de perto o que sonhei pra mim… Isso não quer dizer que foi bom ou ruim, mas que foi um ano desafiante! E o desafio faz a gente crescer, amadurecer…
Em meio a expectativa da realização do meu sonho que, como muitas mães, era de uma maternidade extremamente romantizada, de que seria tratada feito uma deusa pelo pai do meu filho, teria parto normal e tudo seria perfeito, vivenciando apenas a felicidade pura e verdadeira, vi meu sonho indo embora no mesmo dia em que meu ex resolveu sair porta afora da nossa casa.
Desde lá, minha vida é feita de ainda mais altos e baixos do que já era antes…
E, na tentativa de aprender cada vez mais com os baixos e me manter cada vez mais nos altos, eu comecei a buscar grupos de mães e ler sobre o mundo real da maternidade… E me surpreendi!
Me surpreendi por ver que o número de mães na mesma situação que a minha é muito grande, que o número de pais que julgam ser bons pais apenas por pagar pensão e ver seus filhos de 15 em 15 dias também é muito grande… Mas, principalmente, me surpreendi com o número de mães que diariamente se chicoteiam…
Chicoteiam-se por não conseguir ter parto normal, por não conseguir amamentar, por não ficar o tempo que gostaria com seus filhos, por não ter tempo para o marido, por não dar as condições financeiras que gostaria para o filho…
Enfim, são tantos os motivos para nós mães nos maltratarmos que eu poderia escrever um livro só sobre isso. E, no meio de tanta cobrança, é claro que não temos outra opção a não ser comprometer nossa sanidade mental. Por isso, se eu pudesse resumir hoje o que 2016 e a maternidade representam para mim, seria aceitação.
Estou cada vez mais focada em aceitar que tudo bem deixar ele com a avó para eu poder ir para academia ou sair com as amigas, tudo bem eu poder comer um chocolate ou algo que não seja tão saudável às vezes…
Tudo bem eu colocar ele para mamar deitada durante a noite para eu poder dormir, tudo bem deixar ele vendo desenho para eu poder trabalhar, tudo bem se eu não puder oferecer uma estrutura familiar como eu imaginava para ele…
Mãe, está tudo bem! De verdade… Está tudo bem! Hoje sei que o mais importante é saber ouvir meu coração, dar o meu melhor todos os dias e cuidar dele da melhor forma possível, e não da forma como eu imaginei que seria!
Por isso, meu desejo para mim e todas as mães do mundo, é que em 2017 a gente possa largar o chicote e nos cobrarmos menos, nos aceitarmos mais e curtir de verdade nossos filhos…
Que a gente possa aceitar que não somos e nem devemos ser perfeitas… Que, apesar de mães e super mulheres, não deixamos de ser humanas e também podemos falhar!
Que a gente saiba que a nossa sanidade mental também é muito importante para nossos filhos e que a gente ame a nós mesmas tanto quanto amamos nossos filhos…
Se você é mãe e se sente assim também, espero que essas palavras tenham te ajudado a se livrar um pouco do peso da culpa que optamos por carregar todos os dias…
E, se você nunca se sentiu assim, nunca se sentiu culpada por algo que fez ou deixou de fazer para o seu filho, parabéns… Um dia eu chego lá!