Uma mancha visível no rosto do Papa Francisco despertou a curiosidade de fiéis na terça-feira (22), quando o corpo do pontífice foi colocado em um caixão na Casa Santa Marta.
Especialistas em neurologia explicam que essa marca escura pode estar relacionada à causa de sua morte.
O Papa Francisco faleceu aos 88 anos, na segunda-feira (21), após liderar a Igreja Católica por 12 anos. O argentino Jorge Mario Bergoglio foi eleito como o primeiro papa não europeu em 2013.
Na manhã de quarta-feira (23), uma procissão conduziu o corpo da Casa Santa Marta até a Basílica de São Pedro, no Vaticano. Os fiéis terão a oportunidade de visitar o caixão até o funeral, agendado para sábado (26).
Neurologista comenta sobre a mancha no rosto do Papa Francisco
A marca no rosto do Papa Francisco não é um sintoma típico de AVC (acidente vascular cerebral), que foi a causa da morte do pontífice. Contudo, a neurologista Sabrina Anticoli, chefe da Unidade de AVC do Hospital San Camillo em Roma, acredita que a mancha pode estar relacionada.
Ela sugere que a marca no rosto pode ser resultado de um “trauma por queda ao acordar devido à hemiplegia”, que é a paralisia de um lado do corpo ocasionada pelo AVC.
Assim, o papa teria caído ao sofrer o derrame cerebral. A neurologista explicou ao jornal italiano Il Messaggero que uma pneumonia bilateral, que deixou o papa internado por 38 dias, aumentou o risco de acidentes.
Pneumonia dupla com insuficiência cardíaca só pode aumentar a fragilidade de um paciente de 88 anos hospitalizado há mais de um mês. A mortalidade aguda no AVC isquêmico é de aproximadamente 20% nos primeiros três meses devido a complicações, como disfagia, imobilidade no leito e complicações infecciosas, enquanto no AVC hemorrágico chega a 50% na fase aguda afirmou.
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Sabrina Anticoli destacou, entretanto, que o comunicado oficial do Vaticano não esclareceu se o AVC foi isquêmico, que corresponde a 85% dos casos, ou hemorrágico.
Os sintomas iniciais do derrame que causou a mancha no rosto do Papa Francisco podem incluir distúrbios súbitos da fala, coma, perda de força ou sensibilidade em um lado do corpo, visão dupla ou instabilidade postural repentina.
A neurologista menciona que é possível prevenir o AVC “corrigindo todos os fatores de risco vasculares: hipertensão, colesterol, aterosclerose carotídea, diabetes, dislipidemia”.
Ela recomenda evitar fumar, manter uma rotina de exercícios físicos, seguir uma dieta saudável e monitorar arritmias como a fibrilação atrial, responsável por um quarto dos AVCs isquêmicos que podem ser prevenidos com terapia anticoagulante oral.
