O medo de morrer é uma das emoções mais profundas e universais experimentadas pelos seres humanos. Desde os primórdios das civilizações, o término da vida tem levantado questões existenciais e medos que frequentemente são complexos de manejar.
Esse temor não se relaciona somente ao desconhecido, mas também ao potencial sofrimento envolvido no processo. De acordo com especialistas em psicologia e tanatologia, confrontar a própria mortalidade pode provocar ansiedade, pensamentos invasivos e um desejo de controlar o incontrolável.
A tanatofobia, ou o medo da morte, é uma condição comum que pode ter origens tanto biológicas quanto culturais. Do ponto de vista evolutivo, o instinto de sobrevivência nos impulsiona a evitar situações de risco para a vida.
Culturalmente, a maneira como a morte é abordada também molda nossa percepção sobre ela. Em culturas onde o tema é tabu, o medo tende a ser mais intenso.
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), a tanatofobia é classificada como uma fobia específica, caracterizada por medo persistente e desproporcional da morte ou de morrer. Os sintomas podem incluir taquicardia, sudorese, tremores, pensamentos obsessivos e até isolamento social. A pandemia de Covid-19, por exemplo, intensificou esses quadros em diversas faixas etárias.
Nem sempre o medo é diretamente da morte, mas do sofrimento que pode precedê-la. Embora cada pessoa possa ter uma visão diferente do que seria uma “morte ruim”, Paul Doherty e Cody Cassidy, no livro “And Then You’re Dead” (E então você morre), investigam essa questão sob uma ótica científica, detalhando os cenários mais extremos e dolorosos que um corpo humano poderia enfrentar ao morrer.
Elevador em queda livre
A queda livre de um elevador gera forças devastadoras que causam um caos interno no corpo. Os órgãos internos podem se deslocar e romper, enquanto os membros são sujeitos a fraturas severas. Em certos casos, a vítima pode permanecer brevemente consciente dos danos internos antes de falecer.
Privação de sono
Morrer por privação de sono é um modo menos conhecido, porém terrível. Conforme o corpo fica sem descanso, a pressão arterial sobe, surgem delírios e o sistema nervoso colapsa. A deterioração mental e física intensifica o sofrimento antes do fim.
Morrer de fome
Quando as reservas energéticas do corpo se esgotam, ele começa a consumir sua própria gordura, músculos e órgãos. Este processo autodestrutivo leva à deterioração gradual e dolorosa. Os órgãos falham, o sistema imunológico colapsa e, finalmente, o corpo sucumbe.
Queimado vivo
Ser queimado vivo é uma das maneiras mais horríveis de morrer. A pele e os músculos carbonizam enquanto os órgãos internos fervem ou colapsam. Antes da morte, a vítima experimenta uma dor excruciante causada pelos danos diretos ao corpo e pelo choque extremo.
Desidratação
A ausência de água inicia um processo autodestrutivo no organismo. Os órgãos ressecam, o cérebro perde funcionalidade e as toxinas no sangue envenenam o corpo. Com sintomas como confusão e delírio, a desidratação conduz à morte lenta.
À deriva no oceano
Estar isolado em alto-mar combina sofrimento físico e mental intenso. O frio, a escassez de comida e água e o medo constante de predadores tornam cada momento uma batalha desesperada pela sobrevivência. A incerteza e a solidão exacerbam ainda mais essa provação.
Esfola
Historicamente usado como punição ou tortura, esse método foi documentado em culturas como a assíria e a dinastia Ming. Consistia em remover lentamente a pele da vítima, que geralmente morria por perda de sangue, infecções ou choque circulatório. Segundo o dermatologista Ernst J. Sung, a morte pode ocorrer em poucas horas ou se estender por dias, dependendo da extensão da esfola.