Sabe aquela sensação de arrepiar os cabelos do braço, sair dançando sozinho pela casa ou cantar no chuveiro como se estivesse num show lotado? Pois é, a ciência descobriu que isso não é só coisa da sua cabeça e as músicas podem sim mudar o seu humor.
Pesquisadores da área de neurociência e psicologia já vêm apontando há décadas os efeitos poderosos da música no cérebro humano. Ritmo, melodia e letra podem ativar áreas responsáveis pela liberação de dopamina — o famoso “hormônio da recompensa” — que causa sensações de prazer, motivação e bem-estar.
E não é apenas uma questão subjetiva: há padrões cerebrais que comprovam como determinadas músicas provocam respostas emocionais consistentes.
Foi pensando nisso que o neurocientista Jacob Jolij, da Universidade de Groningen, na Holanda, decidiu criar uma fórmula matemática para entender quais músicas têm o maior potencial de gerar felicidade.
Utilizando dados de frequência, batidas por minuto (BPM), escalas maiores e letras positivas, Jolij conseguiu identificar as faixas que, segundo o cérebro humano, elevam o humor de forma quase automática.
O resultado dessa pesquisa? Uma playlist com seis músicas icônicas que provocam uma explosão de sensações positivas. Todas têm em comum algo que vai além da nostalgia ou gosto pessoal: são construídas para empolgar, libertar e energizar o corpo e a mente.
E o mais interessante é que, mesmo pessoas de diferentes faixas etárias e culturas reagem de maneira parecida a essas músicas. Prepare-se para redescobrir hinos que vão muito além do entretenimento — são verdadeiras doses de ânimo.
Músicas que transformam o humor
1. Queen – Don’t Stop Me Now
A campeã do ranking. E nem precisa de explicação, né? Basta ouvir o piano, e você já tá querendo correr uma maratona ou abrir um negócio novo. Energia pura! Com 157 BPM, ritmo acelerado, letra positiva e progressão melódica vibrante, a faixa reúne todos os elementos que a ciência aponta como fórmula da felicidade musical. Não à toa, foi a número 1 do estudo.
2. ABBA – Dancing Queen
Se você não sentiu vontade de rebolar os ombros ouvindo essa, é melhor ir ao médico. Clássico atemporal que faz até o sofá virar pista de dança. A faixa, lançada em 1976, tem uma harmonia envolvente e é cantada em tom maior, o que favorece uma sensação de leveza emocional. O ABBA, inclusive, é frequentemente citado em estudos sobre bem-estar musical.
3. The Beach Boys – Good Vibrations
Essa aqui é literalmente uma dose de boas vibrações. Psicodelia leve, sons harmônicos e um quê de “estou de férias na Califórnia”. A canção usa instrumentos incomuns, como o theremin, e transmite uma sensação de liberdade e experimentação sonora que ativa áreas do cérebro associadas à criatividade e relaxamento.
4. Billy Joel – Uptown Girl
Tem cara de trilha sonora de filme da Sessão da Tarde. Ritmo contagiante, vibe romântica, e um refrão que gruda mais que música de comercial. Lançada em 1983, a canção é simples, direta e emocionalmente elevada — o tipo de faixa que estimula memória afetiva e movimenta a nostalgia de forma positiva.
5. Survivor – Eye of the Tiger
É ouvir os primeiros segundos e já procurar uma escada pra subir correndo igual ao Rocky. Se essa música não te anima, só o Pix caindo na conta salva. Com um BPM médio e batidas intensas, ela ativa o sistema nervoso simpático, responsável por colocar o corpo em estado de alerta positivo — ideal para motivação física e emocional.
6. The Monkees – I’m a Believer
Além de ser o hino não oficial do Shrek, essa música é o equivalente sonoro de tomar um milk-shake gelado num dia quente. Simples, feliz e impossível de não cantar junto. O uso de acordes maiores, o ritmo saltitante e a repetição otimista da letra fazem dela um gatilho direto para sorrisos espontâneos.
Essas seis músicas não são apenas sucessos atemporais — elas são, segundo a ciência, verdadeiros catalisadores de alegria. Mais do que entretenimento, a música tem o poder de transformar o estado emocional, reverter um dia difícil e até estimular o corpo a reagir com mais disposição e entusiasmo.
E quando uma canção consegue mexer tanto com o nosso cérebro, ela passa a ser quase um remédio natural contra o mau humor.
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Então, da próxima vez que a tristeza ou o desânimo baterem, talvez o melhor remédio não esteja em uma solução complicada, mas sim no simples ato de dar play.
Afinal, como mostrou o estudo de Jacob Jolij, a felicidade pode começar com uma melodia, ganhar força com um refrão empolgante e terminar com você dançando pela casa como se ninguém estivesse olhando — e tudo isso com respaldo da ciência.