Estreado nas telonas em 2013, o longa-metragem na verdade se situa no ano de 2025. Embora não antecipasse a eleição de Donald Trump nem o boom da inteligência artificial e do ChatGPT, a produção de ação descreve, de forma vívida, a quase extinção da espécie humana por monstros oceânicos assustadores.
E, convenhamos, considerando os avanços tecnológicos e os acontecimentos globais desde então, a ideia de criaturas colossais emergindo das profundezas do mar hoje não parece realmente nada absurda.
Essa sensação de plausibilidade ganha força porque a Netflix renova seu catálogo todos os meses, acrescentando produções fresquinhas e retirando outras sem aviso, prática que vira e mexe pega os assinantes desprevenidos e estimula redescobertas constantes e inesperadas.
Estrelado por Idris Elba e dirigido pelo premiado Guillermo del Toro, o filme transporta o público a uma Terra de futuro próximo, cenário de um evento perturbador. Uma fenda interdimensional, chamada Brecha, surge repentinamente no Pacífico e libera monstros marinhos enormes, temidos, conhecidos mundialmente como Kaiju.
Essas criaturas avançam sobre cidades portuárias, derrubando muros defensivos e reduzindo arranha-céus a escombros com suas garras e massa brutal. Para contra-atacar, as nações se unem e constroem robôs humanoides gigantes chamados Jaegers, cada qual operado por dois pilotos conectados mentalmente por meio do processo batizado de Deriva.
A narrativa acompanha o ex-piloto Raleigh Becket (Charlie Hunnam), arrancado da aposentadoria para assumir o veterano Jaeger Gipsy Danger ao lado da estreante Mako Mori (Rinko Kikuchi), ambos sob o comando imponente do experiente marechal Stacker Pentecost, interpretado por Elba.
Até o início de 2021, a produção havia acumulado US$ 411,5 milhões ( R$2,26 bilhões) mundialmente. O longamente aguardado título, conhecido no Brasil como Círculo de Fogo, chegou ao catálogo americano da Netflix na terça-feira, 1.º de julho.
No Rotten Tomatoes, o filme conquistou 72% de aprovação crítica entusiástica em 294 análises, enquanto a audiência online lhe conferiu índice ainda maior, 77%, baseado em mais de cem mil avaliações enviadas pela comunidade.
Como sintetizou a crítica, “pode ter mais estilo do que substância, mas Pacific Rim é um filme moderno e sólido, reforçado por imagens fantásticas e um senso de diversão irresistível.”
Em outra avaliação empolgada, um espectador definiu o longa como “absolutamente imperdível” e sinalizou que diria mais sobre a qualidade do roteiro e da direção posteriormente em redes.
Ele continuou: “Círculo de Fogo é a personificação do trabalho duro e da verdadeira habilidade do diretor e dos roteiristas. O CGI é bem trabalhado e o enredo não é superficial. É um filme divertido que te prende como nostalgia.”
No IMDb, a obra mantém nota 6,9 de 10, demonstrando equilíbrio entre elogios técnicos e a exigência natural de uma base de espectadores cada vez mais plural. Um crítico sintetizou a experiência como “épico em todas as proporções”, enquanto outro resumiu: “Escapismo total feito com excelente atenção ao design e aos detalhes”
Retorno da obra ao streaming
Com a nova leva de estreias de julho de 2025, Pacific Rim voltou a figurar entre os títulos mais vistos da plataforma, impulsionado pela nostalgia dos fãs e pela curiosidade de uma geração que só agora descobre o espetáculo visual de del Toro.
Listas de tendências apontam o longa como um dos dez filmes mais reproduzidos na primeira semana de reestreia, reforçando o apelo duradouro da franquia.
À frente do projeto, Guillermo del Toro já havia demonstrado domínio absoluto do fantástico — consagrado, mais tarde, com os prêmios de Melhor Diretor e Melhor Filme por “A Forma da Água”. A produção de Pacific Rim mobilizou grandes estúdios de efeitos especiais para conjugar CGI avançado com maquetes animatrônicas de Jaegers e Kaiju.
As filmagens principais ocorreram em Toronto, cidade que se tornou um dos centros preferidos do diretor para grandes produções.
Mako Mori e o protagonismo de Rinko Kikuchi
Parte da força dramática do enredo reside em Mako Mori, cuja trajetória de superação ecoa discussões sobre representatividade feminina em blockbusters. A intérprete, Rinko Kikuchi, já havia sido indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por “Babel” e consolidou-se como uma das atrizes japonesas de maior projeção internacional.
A personagem, inclusive, inspirou o chamado “Teste Mako Mori”, uma alternativa ao tradicional “Teste de Bechdel” para avaliar a profundidade de personagens femininas no cinema.
Legado da franquia e expansão
Graças ao êxito, Círculo de Fogo gerou a sequência cinematográfica A Revolta, ambientada dez anos depois e lançada em 2018. O enredo acompanha Jake Pentecost (John Boyega), filho de Stacker, convocado para enfrentar nova ameaça Kaiju.
A animação Pacific Rim: The Black, lançada em 2021, soma 14 episódios distribuídos pela Netflix e amplia o universo da franquia ao apresentar dois irmãos que pilotam um Jaeger roubado em uma Austrália devastada.
Ao retornar ao catálogo da plataforma em 2025, Pacific Rim reafirma sua importância como obra de ficção científica visualmente impressionante e simbolicamente relevante, unindo mitologia moderna, ação intensa e um chamado à união global frente ao caos.
Confira o trailer: