Três mulheres tiveram áudios de um grupo de WhatsApp divulgados em que aparecem xingando nordestinos que moram em Cachoeira Alta, sudeste goiano.
Elas foram indiciadas pela polícia pelo crime de racismo.
A corporação não divulgou o nome delas, mas uma é servidora do Ministério Público, outra trabalha no Hospital Municipal de Catalão, enquanto a última atua em uma loja de materiais de construção.
Segundo o MP, a Corregedoria-Geral do órgão já apura a conduta da servidora.
A motivação para a xenofobia ocorreu após o primeiro turno, que terminou com o ex-presidente Lula (PT) em primeiro lugar com cerca de 48% dos votos, contra aproximadamente 43% de Bolsonaro (PL).
Em Cachoeira Alta, o presidente teve 2.752 votos (47,24%), enquanto o petista 2.718 votos (46,65%), 34 eleitores a menos.
“Esses comedores de calangos tinham que voltar para lá. Se eles gostam de calango, voltem para lá. Vem atrapalhar a gente. Tem que mandar explodir aquela ‘bosta’, aquela parte do nordeste lá. Povo vagabundo, quer ficar vivendo de bolsa família de R$ 60. Cambada de preguiçoso. Tenho uma raiva daquele Nordeste”, diz uma delas.
Em outro áudio, ela chama os nordestinos de “filhos da p$%¨&$”.
“Estão comendo calango no sol do meio-dia e vem pra cá andar de carro. Desfrutar da nossa estrutura, viver ‘vida de gente’, enquanto lá, eles vivem ‘vida de cachorro’. Tem que ir para lá. Eles gostam de lá”, continua.
