Foi presa na manhã desta quinta-feira (1º), em Uberlândia, a idosa Luzia Alves Vieira, apontada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) como a chefe de uma organização criminosa responsável por movimentar mais de R$ 50 mil por dia em um esquema de jogo do bicho. A ação é a terceira fase da Operação “Lavanderia dos Sonhos”.
Luzia tem cinco filhos que foram alvos da primeira fase da operação, sendo que quatro deles estão presos e um está foragido. Segundo o MPMG e a Polícia Civil, ela e os filhos movimentavam há décadas cerca da R$ 18 milhões por ano. Ela foi presa no apartamento em que morava, no Bairro Fundinho.
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa e no escritório de um homem apontado como o braço direito da idosa, no Bairro Vigilato Pereira. Nos imóveis, foram apreendidos dinheiro em espécie e diamantes.
O advogado de Luzia, que informou que está tentando ter acesso à decisão que pediu a prisão dela e que, a partir do momento que tiver acesso, poderá comentar o caso.
A investigação foi iniciada em 2021 e apontou que o grupo criminoso utilizava inúmeros imóveis para a exploração de jogos de azar e do bicho. Além disso, escritórios também eram utilizados para a contabilidade do lucro, com integrantes exercendo funções bem definidas na organização criminosa.
“Lavanderia dos Sonhos”
Durante a primeira fase da Operação “Lavanderia dos Sonhos”, realizada em outubro de 2022, a Polícia Civil apurou que a organização criminosa utilizava vários imóveis para a exploração do jogo de azar e do bicho, assim como com diversos escritórios para a contabilidade do produto da infração. A quadrilha contava com uma rede de comparsas que integrava o grupo, todos com funções bem definidas.
Ao todo, 48 mandados de busca e apreensão e 12 de prisão foram cumpridos em Uberlândia e Monte Alegre de Minas. Doze veículos também foram recolhidos.
Dois dias após o cumprimento dos mandados, Artur Alcântara Vieira, Jair Alcântara Vieira e Laudel Alcântara Vieira foram ouvidos. Um quarto integrante da família, Evaristo Alcântara Vieira, está foragido.
Segundo o Ministério Público, a movimentação de dinheiro por ano chegava a R$ 18 milhões. As oitivas e investigações foram conduzidas pelos promotores de Justiça Thiago Ferraz e Ricardo Bassetto, além do delegado da Polícia Civil, Daniel Azevedo.
Durante o procedimento, diversas provas do esquema foram apresentadas, mas os ouvidos ficaram em silêncio durante todo o tempo. Eles estavam acompanhados do advogado. A TV Integração procurou a defesa dos envolvidos, que informou que não iria comentar o caso.