A Polícia Civil está investigando como a perseguidora de um médico em Minas Gerais conseguiu enviar mensagens utilizando mais de dois mil números diferentes. A suspeita é que ela tenha usado chips fornecidos a alunos da rede municipal de Ituiutaba ou tenha tido a ajuda de um hacker. Kawara Welch, de 23 anos, foi presa no início de maio pelo crime de perseguição após atormentar um médico de Ituiutaba, MG.
Durante cinco anos, ela enviou cerca de 1.300 mensagens e fez 500 ligações para ele e sua família. A defesa da jovem alega que os dois mantinham um relacionamento. A vítima nega e registrou 42 boletins de ocorrência contra ela.
O delegado destaca que as investigações indicam que a obsessão de Kawara foi a motivação do crime. Rafael Faria, delegado responsável, afirmou que a jovem “tinha necessidade de se autoafirmar com um relacionamento, com uma conexão inexistente com o médico”.

“Ela tinha ilusões de que esse relacionamento realmente existia entre eles, isso fazia com que ela frequentasse os mesmos ambientes que a vítima, como locais de trabalho, residência, hospitais, clínicas. Ela o perseguia de forma reiterada. Não há nenhum indício da existência de um relacionamento entre eles, ou que o médico prometesse algo a ela, ou que ficasse dando indiretas a ela” — explica o delegado.
Em entrevista ao Fantástico, o médico contou que conheceu Kawara em 2018, quando a atendeu por um quadro de depressão. Segundo ele, as perseguições começaram em 2019. Ele relatou que Kawara se dizia apaixonada por ele.
Devido às insistentes tentativas de contato, a artista plástica foi removida da lista de pacientes do médico. Com isso, ela começou a fazer ameaças e a ligar para os familiares do médico, incluindo seu filho de 8 anos. Ela também teria enviado fotos com lençóis e cordas amarradas no pescoço e outras em tom de despedida. Ele e sua esposa registraram 42 boletins de ocorrência por perturbação do sossego, lesão corporal, ameaça e extorsão.
Stalker de MG: Entenda o crime contra o médico
- Kawara Welch, de 23 anos, foi presa no início de maio pelo crime de perseguição após atormentar um médico de Ituiutaba, MG.
- A artista plástica estava foragida desde março do ano passado e foi presa no último dia 8, em uma universidade de Uberlândia.
- O delegado responsável pelo caso, Rafael de Freitas Faria, aponta que a jovem acreditava ter um relacionamento com o médico e frequentava os mesmos ambientes que ele.