Emma Spinner, cujo nome verdadeiro é Emmanuely Silva Resende, de 31 anos, foi presa em Minas Gerais após um alerta da Interpol. As investigações apontaram que ela estava envolvida em extorsão, ataques religiosos e injúrias. A prisão ocorreu em Betim, na segunda-feira (16), durante uma operação da Polícia Rodoviária Federal na BR-262.
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) executou o mandado de prisão preventiva após descobrir que Emma estava ligada a 40 crimes digitais.
As investigações começaram em junho e envolveram 14 escrivães e o depoimento de 24 vítimas e testemunhas. Embora tenha sido indiciada por mais de 50 crimes, apenas 40 foram confirmados pelo Ministério Público.
Uso das redes sociais para práticas criminosas
Emma utilizava suas plataformas online para cometer diversos atos ilícitos, incluindo extorsão de dinheiro, calúnias e ofensas graves como racismo e discriminação contra religiões afrodescendentes. As vítimas desses ataques eram expostas a milhares de seguidores, causando danos psicológicos e financeiros significativos.
A influenciadora, que morava nos Estados Unidos, teve sua prisão solicitada após retornar ao Brasil. Ela mantinha múltiplos perfis nas redes sociais; cinco foram excluídos por ordem judicial a pedido da polícia. Mesmo com essas contas desativadas, Emma continuava seus ataques criando novos perfis e exigindo pagamentos para cessar as ofensas.
Declarações do delegado responsável
O delegado Wesley Amaral, que liderou as investigações, explicou que “a prática da extorsão não exige necessariamente a entrega do dinheiro; basta a exigência para que o crime se aperfeiçoe“.
Amaral também enfatizou que as penas para os crimes podem ultrapassar 30 anos devido à gravidade das ações. Durante uma coletiva à imprensa, ele afirmou:
As redes sociais não são terra sem lei. É possível identificar e responsabilizar quem pratica crimes, mesmo utilizando perfis falsos.
Alerta vermelho e investigações adicionais
Em novembro, a PCMG solicitou um alerta vermelho à Interpol para evitar que Emma fugisse do país. Esse mecanismo asseguraria sua detenção em qualquer país. A Polícia Rodoviária Federal conseguiu capturá-la após uma abordagem de rotina na BR-262, onde ela estava em um carro registrado em seu nome, acompanhada por outra pessoa.
Agora, a PCMG investiga possíveis cúmplices que poderiam ter ajudado Emma com informações usadas nas ofensas e extorsões. O delegado informou que ela foi indiciada duas vezes por extorsão e ainda estão sendo apurados possíveis pagamentos recebidos por ela para prejudicar outras pessoas.
Após a prisão preventiva e a aceitação da denúncia pela Justiça, o processo segue para a fase processual. A influenciadora foi transferida para uma unidade prisional na região metropolitana de Belo Horizonte.
Emma exibia um estilo de vida extravagante nas redes sociais, com postagens que mostravam carros de luxo, lanchas e casas grandiosas.
Em uma de suas contas no Instagram, ainda ativa, Emma postou um artigo sobre o alerta da Interpol e expressou sua opinião sobre as acusações. “Mentirosos. Caluniadores. Invejosos. Incapazes. Old school [velha guarda]. Vocês fazem as famílias sofrerem por dinheiro. Difamações. Extorsões. Incapazes de serem felizes. Odeiam a felicidade e sucesso conquistado honestamente“, escreveu no post.