Na última terça-feira, a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) prendeu dois indivíduos suspeitos de estarem envolvidos no homicídio de Kaik Rener Marques Pereira, de 20 anos, que ocorreu em dezembro de 2024, na comunidade Valparaíso, na zona leste de Manaus.
A investigação revelou que a vítima foi sequestrada e assassinada após ter tirado uma foto em que fez um gesto interpretado pelos criminosos como um sinal de uma facção rival. O corpo foi encontrado em fevereiro deste ano, em uma área de mata na Reserva Florestal Adolpho Ducke.
Os presos são Fabiana Souza dos Santos, de 29 anos, e Miqueias Manrick Alves da Silva, de 25 anos, conhecido como ‘Pulga‘. Outros dois suspeitos, identificados como Vitor Isaías Soares Damasceno, o ‘Vitinho’, e Jhon Erick Menezes de Araújo, o ‘Macaquinho’, ainda estão foragidos.
Vítima sem ligação com o tráfico
Durante uma coletiva de imprensa na quarta-feira (19), o delegado-geral adjunto da PC-AM, Guilherme Torres, destacou que Kaik não tinha envolvimento com o tráfico.
Ele explicou que a abordagem aconteceu quando a vítima estava saindo do trabalho e teve seu celular revistado pelos suspeitos. Nessa busca, encontraram uma foto onde ele fazia um gesto considerado pertencente a um grupo criminoso. A partir dessa interpretação errônea, ele foi condenado à morte.
A abordagem ocorreu porque a vítima era de outra comunidade. No celular dele, havia uma foto em que ele fez um sinal e os criminosos entenderam como um símbolo de uma facção rival. Não há indícios de que ele fosse membro de qualquer organização criminosa afirmou Torres.
A delegada Déborah Barreiros, da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), informou que Kaik foi abordado enquanto prestava serviço com seu tio em uma residência na comunidade Valparaíso, no bairro Jorge Teixeira. Após ser sequestrado a pé até uma área isolada, ele foi torturado e assassinado com facadas.
“A partir disso, eles viram uma foto dele em uma rede social, interpretaram que ele seria de uma organização criminosa rival e o condenaram à morte. Tivemos dificuldades para encontrar o corpo, pois a área é extensa“, explicou.
O local onde o corpo estava enterrado foi revelado após a prisão de Fabiana e Miqueias, que indicaram a localização da vítima.