A Polícia Civil de São Paulo confirmou que Maicol Antonio Sales dos Santos, o principal suspeito do assassinato de Vitória Regina Souza, de 17 anos, admitiu ter cometido o crime. O portal UOL teve acesso ao relato do suspeito.
Detalhes revelados pelo delegado
De acordo com a polícia, Maicol afirmou que agiu sozinho. Em um comunicado à imprensa, o delegado Luiz Carlos do Carmo, do Demacro (Departamento de Polícia da Macro São Paulo), forneceu informações sobre o caso.
Maicol chamou Vitória para entrar em seu carro e ofereceu uma carona. Segundo sua confissão, ele atraiu a jovem até um Corolla Prata e começou a indagar sobre um suposto relacionamento anterior.
O suspeito relatou que atacou Vitória com dois golpes de faca. Ele alegou que, após uma discussão, a jovem lhe deu tapas e arranhões, levando-o a pegar um objeto cortante que estava ao lado do banco do motorista e golpeá-la.
Maicol mencionou que a jovem morreu rapidamente e não teve tempo de gritar devido à gravidade dos ferimentos. Um golpe atingiu seu pescoço e outro, seu peito. Embora tenha afirmado que Vitória foi morta com dois golpes, o laudo pericial do IML indicou três perfurações.
Vitória não chegou a gritar, porque os dois golpes foram muito rápidos chegando a desfalecer logo após o segundo golpe. Tudo foi muito rápido, [o suspeito] entrou em desespero e seguiu sentido à sua casa declarou Maicol Antonio Sales dos Santos em seu depoimento.
Após o crime
Depois de confirmar a morte, Maicol transportou o corpo de Vitória até sua residência e o ocultou no porta-malas do carro.
Em seguida, ele teria ido até uma área próxima ao trevo de Jundiaí (SP), em uma estrada pouco frequentada, onde despiu o corpo e enterrou a vítima em uma cova rasa, cobrindo o buraco com duas pedras. A faca utilizada no crime foi jogada em um rio da região e ainda não foi localizada.
Após o ato, ele voltou para casa, tomou banho e tentou dormir sem sucesso. No dia seguinte, conforme relatado pela polícia, ele seguiu sua rotina de trabalho normalmente. Ao voltar para casa após o expediente, reuniu pertences pessoais da vítima e incendiou tudo.
O que sobrou foi colocado em um saco de lixo e descartado. O veículo também foi lavado, incluindo o porta-malas. No entanto, a perícia técnica da Polícia Civil encontrou vestígios de sangue no carro.
As autoridades policiais afirmaram estar convencidas de que Maicol foi o responsável pelo crime. No entanto, ainda não há esclarecimento sobre uma terceira perfuração na vítima e a falta de cabelo em sua cabeça.
A polícia está aguardando os resultados de laudos técnicos adicionais e outras investigações para concluir o inquérito.
Durante seu depoimento, Maicol alegou ter agido sozinho. Ele também rejeitou qualquer envolvimento com facções criminosas ou grupos organizados.
Em sua confissão, mencionou que havia tido um desentendimento com a vítima, pois haviam trocado carícias há um ano e meio, e que Vitória estaria fazendo chantagens ao ameaçar contar tudo para a parceira do suspeito — essa versão é contestada pela polícia, que acredita que o autor confesso nutria uma obsessão pela jovem, inclusive a perseguindo nas redes sociais e mantendo diversas fotos dela e de mulheres semelhantes.
Ele já vinha perseguindo a vítima há muito tempo. E ontem à noite, ele quis confessar o crime. Fica muito claro que ele era obcecado pela vítima. Inclusive, nessa busca no celular, encontramos 50 fotos de pessoas com a mesma aparência jovem e física, muito parecidas com ela declarou Luiz Carlos do Carmo, diretor do Demacro.