No dia em que se completa um mês desde que a jovem Vitória saiu do trabalho em direção à casa onde morava com sua família, os pais dela receberam a equipe do Brasil Urgente.
Carlos perdeu a conta de quantas vezes falava ao telefone com a filha Vitória Regina, que aos 17 anos, sempre fazia questão de ligar para os pais, informando onde estava, com quem estava e até mesmo para conversar sobre seu dia a dia.
A caçula de seis filhos estava empolgada por ter conseguido um novo emprego em um restaurante no shopping de Cajamar. “Ela me ligava mais de 20 vezes durante o dia“, relata Carlos Alberto Souza, pai de Vitória.
Os pais compartilharam o momento em que começaram a se preocupar. A angústia começou quando Vitória não retornou para casa na virada do dia 26 para o 27 e também não atendeu mais ao telefone.
A mãe da jovem revela que a semana em que Vitória desapareceu foi a mais difícil de sua vida. “Foi a mais angustiante e a mais triste”, afirma Sandra Regina de Souza, mãe de Vitória.
O corpo de Vitória foi encontrado em uma área de mata no dia cinco de março, cerca de cinco quilômetros da casa da família. A polícia investiga que ela foi abordada após descer do segundo ônibus em direção à residência.
Enquanto caminhava por uma estrada de terra, foi interceptada. “Se tivesse sido uma pessoa de fora que tivesse feito não ia doer tanto como saber que foi uma pessoa daqui que fez isso”, desabafa o pai.
Até agora, apenas Maicol Antônio dos Santos, de 23 anos, foi preso. Ele confessou ser o responsável pela morte da jovem.
Segundo Maicol, ele agiu sozinho, versão contestada pela polícia e pela família de Vitória.
Sozinho ele não fez, não tem condições, se provar que ele fez sozinho tudo bem, mas para mim ele não fez nada sozinho diz o pai.
O maior desejo da família é que todos os envolvidos sejam capturados e punidos pelo crime brutal. Os pais garantem que não descansarão até que a justiça seja feita.
Eu não descanso, enquanto eu não ver tudo finalizado não vai ter descanso para mim afirma o pai.
Na mente dos dois permanecem vivos os momentos felizes vividos ao lado da filha, cheia de sonhos para o futuro. “Ela tinha vontade de ser investigadora, delegada, esses eram os planos dela. A mensagem que eu queria deixar para os pais ter mais cuidado com o tipo de pessoa que anda em volta dos filhos, para não acontecer com ninguém o que aconteceu comigo”, conclui o pai de Vitória.
Esposa de Maicol é investigada pela polícia
Durante seu depoimento à polícia, a mulher declarou que não estava com o homem na noite em que a jovem desapareceu, afirmando ter permanecido na casa de sua mãe.
Ela também mencionou que entrou em contato com Maicol por mensagem por volta das 23h, mas não teve mais comunicação com ele. No entanto, através do programa israelense “celebrite”, as autoridades descobriram mensagens trocadas entre os dois durante a madrugada do crime.
Na semana passada, Maicol assinou uma confissão admitindo ser o autor do sequestro e assassinato de Vitória no dia 26 de fevereiro. Segundo ele, decidiu encontrar a menina após ver uma postagem dela nas redes sociais.
Conforme relatou Maicol, ao se encontrar com Vitória, ele a convidou para entrar em seu carro e, durante o percurso entre o ponto de ônibus e a residência dela, os dois acabaram discutindo, levando-o a golpeá-la com uma faca. Após a morte da jovem, Maicol afirmou que colocou o corpo no porta-malas do seu carro e dirigiu-se até uma área de mata para abandoná-lo.
Como está o andamento das investigações?
As investigações continuam em andamento pela polícia, que está coletando novos depoimentos, especialmente de pessoas ligadas a Maicol, único detido no caso até agora.
Além disso, as autoridades aguardam os resultados de laudos cruciais, incluindo um que pode determinar se o sangue encontrado tanto em seu carro quanto em sua residência pertenceu ou não a Vitória. Até o momento, não há previsão para a divulgação desses laudos.
Para a polícia, mesmo com Maicol afirmando ter agido sozinho, há suspeitas de que outras pessoas possam estar envolvidas no crime, seja durante o assassinato ou na ocultação do corpo de Vitória. Ademais, a perícia tem levantado questionamentos sobre alguns aspectos da versão apresentada pelo suspeito, como a quantidade de golpes desferidos.
Maicol alegou ter dado dois golpes em Vitória; no entanto, o laudo indica que ela foi morta com três facadas: uma no rosto, outra no pescoço e uma terceira no tórax. Além disso, permanece a incerteza sobre se a jovem foi assassinada dentro do carro, como afirmou o suspeito, já que o sangue foi encontrado apenas no porta-malas do veículo.