O homem que admitiu ter assassinado o próprio filho ao arremessá-lo de uma ponte foi transferido para outra unidade prisional por motivos de segurança no Rio Grande do Sul.
Tiago Ricardo Felber estava encarcerado no Presídio Estadual de São Gabriel, local onde o crime ocorreu. A transferência dele aconteceu na última quinta-feira (27), conforme informou o advogado Ricardo Leite, que defende o detento.
O advogado relatou que seu cliente estava sendo alvo de hostilidades por parte de outros detentos. “A penitenciária de São Gabriel não tinha suporte, nem capacidade para ficar com ele [Tiago] lá“, afirmou Leite.
A defesa optou por não revelar a nova unidade prisional em que Tiago se encontra. A Polícia Penal, ao ser contatada, também informou que não divulgaria o local da transferência do preso por razões de segurança. No entanto, Leite esclareceu ao portal UOL que seu cliente permanece no estado.
O relaxamento da prisão de Tiago já foi solicitado ao judiciário estadual, segundo a defesa. Leite também comentou à reportagem que tem enfrentado ataques nas redes sociais por defender o pai da vítima.
Discordância da defesa faz parte, mas xingamentos e ameaças são crimes. A Constituição Federal diz que toda pessoa terá direito a um advogado. Eu só estou trabalhando nos direitos constitucionais e processuais do Tiago. Em nenhum momento eu entrei no mérito de pactuar com o que ele é acusado de fazer concluiu.
Relembre o caso
Theo, de cinco anos, faleceu após ser lançado de uma ponte pelo próprio pai em São Gabriel (RS). Tiago Ricardo Felber, pai da criança, se entregou à polícia e confessou ter cometido o crime.
De acordo com as investigações da Polícia Civil, ele teria matado a criança como uma forma de se vingar da ex-mulher, mãe do menino, com quem estava separado desde novembro do ano anterior. A mãe descreveu o pai em depoimento como “possessivo“.
O suspeito teria feito uma tentativa de assassinato contra a criança na noite anterior ao crime. Em declaração ao portal UOL, o delegado Daniel Severo informou que a criança foi esganada na segunda-feira, porém sobreviveu. Esse evento teria levado o homem a procurar um novo método para assassinar a criança.
A Polícia investiga se a criança morreu devido à queda da ponte ou afogada. Segundo Severo, o Instituto-Geral de Perícias está realizando uma perícia para a liberação do laudo.
A mãe da criança relatou em depoimento que o filho passava alguns dias na residência do pai, localizada em São Gabriel. Segundo informações da polícia, ela não mencionou um histórico de violência por parte do suspeito, mas afirmou que ele não aceitava o fim do relacionamento.
O suspeito alegou que cometeu o crime por vingança, conforme declarado pela polícia. Em seu depoimento, ele confessou que não aceitava a ideia de que a mulher estivesse iniciando novos relacionamentos, o que teria gerado sua motivação para o ato violento.
As investigações vão incluir a análise dos celulares de Tiago, da ex-esposa e de familiares. A residência de Tiago também será submetida a uma investigação minuciosa.
Como denunciar violência contra crianças e adolescentes
As denúncias sobre violência contra crianças e adolescentes podem ser feitas através do Disque 100 (inclusive de forma anônima), na delegacia mais próxima ou no Conselho Tutelar local.
Se você for testemunha de um caso de violência, pode ligar para o 190 da Polícia Militar para que uma viatura se dirija ao local. Outra opção é visitar o Fórum da cidade e procurar a Promotoria da Infância e Juventude.
É importante ressaltar que quem não denuncia situações de perigo, abandono ou violência contra crianças e adolescentes pode ser responsabilizado pelo crime de omissão de socorro, conforme previsto no Código Penal. A lei Henry Borel também estabelece penalidades para aqueles que se omitem.
Funcionários públicos que falham em relatar essas situações durante o exercício de suas funções em escolas, unidades de saúde e serviços sociais podem enfrentar acusações de prevaricação.