Um motorista de aplicativo foi detido quinta-feira (03) sob a suspeita de ter assaltado e estuprado uma passageira na zona norte de São Paulo.
A vítima, uma mulher de 21 anos, relatou à polícia que o crime ocorreu durante uma corrida. Ela solicitou o carro do aplicativo inDrive no bairro da Casa Verde no dia 23 de março.
Após cerca de 15 minutos de viagem, o homem anunciou um assalto, conforme o relato da vítima. Ela contou que o motorista a ameaçou de morte e a forçou a ter relações sexuais com ele após se recusar a entregar o celular.
A mulher conseguiu escapar do veículo após o estupro:
Ele foi atrás dela, ela começou a gritar e uma moradora das proximidades prestou socorro. Neste momento, ele fugiu esclareceu a delegada Érica Birkett Campos, do 13º DP, ao portal UOL.
A vítima compareceu à delegacia no dia 27 de maio e o homem foi preso preventivamente quinta-feira (03). Ele, que utilizava seus próprios dados no cadastro como motorista do aplicativo, foi localizado pela polícia em sua residência.
O homem já era alvo de investigação por um caso semelhante, onde outra passageira, uma mulher boliviana, havia denunciado uma violência sexual ocorrida durante uma corrida. Ao contrário da primeira vítima, a mulher que procurou a polícia no dia 23 de março era brasileira, mas filha de bolivianos, esclareceu a delegada.
Na delegacia, o homem admitiu a tentativa de assalto, mas negou ter cometido o estupro. A identidade dele não foi revelada pela polícia.
Em declaração ao portal UOL, a inDrive informou que está investigando o caso internamente e colaborando com as autoridades competentes. Em nota, a empresa afirmou que possui “um protocolo rigoroso para garantir que situações como essa sejam tratadas com a seriedade que merecem“.
Como denunciar violência sexual
Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde; no entanto, o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim em mãos. Esse exame pode fornecer provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial e pode ser realizado em qualquer momento após o crime. Contudo, devido à possibilidade de desaparecimento das provas, recomenda-se que seja feito o mais próximo possível da data do crime.
Em casos flagrantes de violência sexual, o número 190 da Polícia Militar é o mais indicado para denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 aceita denúncias (mas não em flagrante) sobre violência doméstica e orienta sobre os melhores serviços de acolhimento disponíveis na cidade da vítima. O serviço também pode ser contatado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.
Legalmente, vítimas de estupro podem procurar qualquer hospital com atendimento em ginecologia e obstetrícia para receber medicação preventiva contra infecções sexualmente transmissíveis, atendimento psicológico e realizar interrupção legal da gestação. Na prática, nem todos os hospitais oferecem esse atendimento. Para informações sobre aborto legalizado, consulte este site para verificar as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.