Duas jovens de 18 anos perderam a vida após serem atropeladas na noite de quarta-feira (09) na Avenida Goiás, em São Caetano, na região metropolitana de São Paulo. O motorista do veículo foi detido em flagrante na manhã seguinte, após prestar depoimento à polícia.
As amigas Isabela Priel Regis e Isabelli Helena de Lima Costa estavam atravessando a faixa de pedestres quando foram colididas por um carro. Imagens registraram que elas conversavam e não perceberam a aproximação do veículo em alta velocidade. No momento do acidente, o semáforo estava mudando de verde para amarelo.
As jovens faleceram no local. Com a força do impacto, elas foram arremessadas a mais de 50 metros de distância. A polícia investiga se o motorista ultrapassou o limite permitido da via, que é de 60 km/h.
Brendo dos Santos Sampaio, de 26 anos, estudante de direito, havia acabado de sair da aula na Universidade de São Caetano do Sul e permaneceu no local após o acidente. O teste do bafômetro revelou que ele não estava sob efeito de álcool e ele também foi submetido a uma contraprova no IML.
Investigação em andamento
A Polícia Civil está apurando o caso. Em nota, o órgão afirmou que as imagens “indicam” que o motorista estava em alta velocidade. Brendo prestou depoimento e participou da audiência de custódia na manhã de hoje. Até as 14h, não havia informações sobre o resultado da audiência, segundo a defesa do estudante.
“Fatalidade“, defende advogado. Em entrevista ao portal UOL, Francisco Ferreira, um dos advogados de Brendo, disse que o estudante “acabou não observando as vítimas“, que atravessaram quando o semáforo estava fechado para eles.
Ele prestou socorro no mesmo momento, não se evadindo do local. E o teste para embriaguez deu negativo. Já que o cliente não faz uso de bebidas alcoólicas ou qualquer outro tipo de entorpecentes afirmou o advogado.
O momento do atropelamento foi capturado por uma câmera do Centro de Gerenciamento de Emergências de São Caetano do Sul. Em comunicado, a prefeitura expressou seu pesar pelo ocorrido: “Neste momento de dor, manifestamos nossas mais sinceras condolências e nos solidarizamos com os familiares e amigos“, declarou.
As jovens saíram para festejar a conquista do primeiro trabalho. A mãe de Isabelli revelou que a filha começaria como jovem aprendiz em um supermercado no dia 14. “Elas eram muito amigas, inseparáveis. Estudaram o ensino médio juntas e morreram juntas. A Isabelli ia começar a trabalhar. Não deu tempo. Elas saíram para comemorar e estavam voltando para casa“, declarou Claudilene Helena de Lima.
A família compartilha que Isabela era “a parte mais alegre da família“. “Ela tinha uma vida inteira pela frente. É um pedaço de mim que tiraram, a pessoa mais alegre da família, que mais radiava alegria“, disse seu pai, Marcos Antônio dos Santos Régis.
As testemunhas dizem que ele comentou que estava um pouco acima [da velocidade]. Não sabemos se ele se distraiu, se estava no celular. Ele passou como se não tivesse ninguém na frente comentou o pai de Isabela, Marcos Antônio.
“Ele acabou com a nossa família. Como a gente vai viver sem ela lá? Eu não sou perita, mas do jeito que pegou, não tem como [não estar em alta velocidade]“, expressou a madrasta de Isabela, Shirley.
As famílias informaram que foram contatadas por advogados do motorista responsável pelo atropelamento. “Falaram que a família quer prestar apoio, que ele é estudante, que não é nada [de racha], que estava só voltando da faculdade“.
Uma testemunha relatou à polícia ter visto um Honda Civic correndo ao lado de outro carro momentos antes do acidente. Nas redes sociais, moradores comentaram que as corridas são frequentes naquela avenida.