A Polícia Civil do estado de Alagoas está tratando o sequestro de uma bebê em Novo Lino, localizada na zona da mata alagoana, como um ato “premeditado” e não apenas um crime de oportunidade. O caso está sendo investigado sob as acusações de sequestro, cárcere privado e possível tráfico humano.
O que aconteceu
De acordo com o plantonista da Delegacia Regional de Novo Lino, Giuseppe Antônio de Siqueira, a investigação inicial sugere que o sequestro foi planejado. “A princípio, no início da nossa investigação, achamos que foi um negócio premeditado, por isso a gente trabalha sobre todas as questões”, declarou Siqueira.
A mãe da criança, Eduarda Silva de Oliveira, 22 anos, teve sua filha Ana Beatriz há 15 dias em União dos Palmeiras, a 82 km de Novo Lino. Eduarda estava acompanhada pela cunhada durante o parto e, segundo a polícia, não houve abordagens suspeitas na maternidade. “Às vezes a pessoa que quer cometer o crime de sequestro de crianças troca ideias e se aproxima, mas não teve nada disso”, explicou Siqueira.
A Prefeitura de Novo Lino está colaborando com as investigações, fornecendo imagens de câmeras de segurança de postos de gasolina nas estradas locais para verificar se o veículo suspeito passou por lá. Os criminosos teriam fugido para Pernambuco após o crime.
Um suspeito foi detido ontem no interior de Pernambuco e após depoimento foi liberado. Ele é despachante do Detran e estava usando um carro que foi apreendido para perícia pela SSP-AL (Secretaria de Estado da Segurança Pública de Alagoas). A criança ainda não foi encontrada.
Entenda o caso
Ana Beatriz estava com sua mãe esperando um ônibus na BR-101 quando um Chevrolet Classic preto se aproximou. Um homem armado exigiu a criança e fugiu rapidamente com ela. A Polícia Civil divulgou uma foto da bebê para auxiliar na sua localização.
No veículo havia três homens e uma mulher. Eles seguiram em direção a Pernambuco. A mãe e um tio da bebê estão colaborando com os depoimentos à polícia. Segundo relatos, um dos homens possuía uma tatuagem no peito e a mulher tinha cabelos loiros.
Em um áudio divulgado pela TV Pajuçara, afiliada da TV Record em Alagoas, a mãe descreveu momentos tensos durante o crime: “O carro foi parando aos poucos, abaixou o vidro e o cara apontou a arma”. Ela pensou em correr, mas foi ameaçada: “Se você correr, eu atiro”, disse um dos criminosos. A mulher no carro também ordenou que ela não tentasse fugir.
Como ajudar
Informações sobre a localização da criança ou dos criminosos podem ser repassadas através do disque denúncia pelo telefone 181. A ligação é sigilosa e o anonimato é garantido.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública de Alagoas montou uma força-tarefa para intensificar as buscas pela criança e pelos criminosos envolvidos. As polícias Civil e Militar estão trabalhando juntamente com a Polícia Rodoviária Federal no caso.