A modelo brasileira Francielly Ouriques foi detida e deportada dos Estados Unidos na última quinta-feira, quando se dirigia ao festival Coachella. Ela compartilhou sua experiência nas redes sociais.
Ao deixar o aeroporto de Chicago, um agente perguntou à modelo se havia algo ilegal em sua bagagem. Francielly respondeu que não, mas o agente a levou para uma sala separada para uma revista.
Os investigadores identificaram três questões relacionadas a Francielly. A primeira dizia respeito a uma mala que estava com ela. Ela havia despachado a bagagem de um amigo, fazendo-a parecer como se fosse sua. “Não deveria ter feito isso“, contou.
A segunda questão envolveu um medicamento que ela carregava. Francielly tinha na bolsa o remédio Tramal (cloridrato de tramadol), um analgésico controlado devido à sua classificação como opioide. O agente informou que ele era considerado ilegal no país.
Por último, os agentes descobriram supostas anomalias no celular da modelo. “Eles alegaram que no meu telefone havia indícios de que eu era suspeita de trabalhos ilegais nos EUA e que eu era uma ameaça ao país“, explicou.
Conforme relatou Francielly, no passado, ela considerou abrir uma empresa nos EUA e consultou firmas sobre green card e vistos, o que levantou suspeitas entre os agentes.
Modelo detida
Após ter sua entrada negada, Francielly foi detida pelos agentes de imigração. Ela comentou que não teve a oportunidade de contatar o consulado brasileiro ou acessar seu celular.
Eu fiquei o restante do dia presa em uma cela de três metros quadrados, com um banco, um colchonete, um lençol velho — se é que aquilo pode se chamar de lençol, porque era de plástico — e um vaso sanitário. Ali eles me deram uma garrafa de água e uma comida daquelas de caixa para o dia inteiro. Das sete da manhã até às sete da noite, eu fiquei dentro daquela sala disse Francielly Ouriques em um vídeo nas redes sociais.
Francielly foi acompanhada por policiais até o terminal para embarcar no voo de retorno ao Brasil. Ela expressou grande constrangimento ao relatar que os agentes retiveram seu passaporte e instruíram os comissários a devolvê-lo somente em solo brasileiro.
Além disso, seu visto americano foi cancelado. Ao chegar ao Brasil, ela procurou a Polícia Federal em busca de orientações, mas recebeu a resposta de que “não adianta nada“. “Eu me senti completamente desprotegida, vulnerável, com muito medo e agora completamente traumatizada“, afirmou. Francielly declarou que não tem intenção de retornar aos Estados Unidos.