Informações reveladas pelo jornal britânico The Sun trouxeram à tona novos detalhes sobre o esconderijo de Christian Brueckner, o principal suspeito do desaparecimento de Madeleine McCann.
Segundo a reportagem, baseada em fontes próximas à polícia alemã, o local continha objetos e registros que reforçam a ligação do criminoso com o caso ocorrido em maio de 2007, na Praia da Luz, em Portugal.
Durante uma operação conduzida por autoridades alemãs, uma variedade de itens foi apreendida. Entre eles estavam roupas e brinquedos infantis, fantasias, armas, munições e uma máscara com imagens consideradas extremamente perturbadoras.
Além disso, os investigadores localizaram mais de 75 trajes de banho infantis, bicicletas pequenas e diversos dispositivos eletrônicos — como pen drives e discos rígidos — com material que indicaria uma fixação de Brueckner por crianças, segundo análise dos policiais envolvidos.
Fábrica abandonada abrigava provas sensíveis
Grande parte das evidências foi localizada em 2016, em uma fábrica desativada que Brueckner teria adquirido no interior da Alemanha.
A compra ocorreu um ano após o desaparecimento de Madeleine. A propriedade fica em Neuwegersleben e se tornou alvo de investigação após cães farejadores identificarem uma possível cova na área.
No local, sob o corpo de um animal morto, os policiais encontraram seis pen drives e dois cartões de memória contendo imagens de abuso infantil e conversas virtuais entre pedófilos.
Documentos e textos detalham fantasias criminosas
Além do material digital, a polícia encontrou textos escritos por Brueckner em que ele narra sequestros fictícios. Em um dos relatos, o suspeito descreve ter dopado uma mãe e uma filha, e em outro, menciona abusar de uma criança loira de quatro anos — idade compatível com a de Madeleine na época de seu desaparecimento.
Dispositivos de localização, como GPS e navegador de satélite, também foram apreendidos e, de acordo com os investigadores, mostram deslocamentos de Brueckner em áreas próximas à Praia da Luz, reforçando a hipótese de que ele teria voltado à região nos anos seguintes ao crime.
Selfie nua e pista na barragem do Arade
Uma das descobertas mais impactantes envolve uma selfie de Brueckner nu, tirada na Barragem do Arade, a cerca de 56 quilômetros da Praia da Luz.
O local foi novamente vasculhado por autoridades portuguesas e alemãs em 2023. Para os investigadores, a imagem reforça a suspeita de que o suspeito tenha retornado várias vezes àquela área, considerada por muitos como possível local de ocultação de evidências.
Seguro e possível confissão aumentam as suspeitas
Outro dado relevante do inquérito é a existência de um documento de seguro registrado por Brueckner em abril de 2008, um ano após o desaparecimento da menina.
O documento menciona um acidente envolvendo seu motorhome durante um festival em Órgiva, na Espanha. Segundo o testemunho de Helge B., uma pessoa próxima de Brueckner, ele teria confessado o crime durante o evento, dizendo que Madeleine “não gritou”.
Conteúdo de disco rígido segue sob sigilo
A polícia alemã mantém sob sigilo o conteúdo de um disco rígido apreendido no esconderijo. Conforme fontes próximas ao caso, as imagens armazenadas nesse dispositivo teriam sido feitas em solo português e seriam determinantes para a convicção dos agentes de que Madeleine morreu logo após seu desaparecimento.
Madeleine não gritou teria dito Brueckner, segundo testemunha ouvida pela polícia
Advogados não comentam, promotoria permanece cautelosa
Atualmente, Christian Brueckner cumpre pena por outros crimes relacionados a abuso infantil e ainda não foi formalmente acusado pelo desaparecimento de Madeleine. Seus advogados não se pronunciaram sobre os novos desdobramentos.
Já a promotoria alemã optou por não confirmar se as novas provas levarão a uma denúncia formal, mantendo as investigações em andamento sob cautela e sigilo judicial.