A morte de um catador em 2024 pode ajudar a esclarecer o caso do empresário morto em Interlagos, São Paulo. Segundo informações da polícia, o catador de materiais recicláveis, Marcelo Edmar da Silva, de 26 anos, foi assassinado por vigilantes do Autódromo de Interlagos.
O empresário Adalberto Amarilio Júnior, de 36 anos, estava desaparecido desde a noite de 30 de maio, quando participava de um evento de motocross no Autódromo de Interlagos. Ele foi encontrado na manhã de 3 de junho, morto em um buraco de obra nos fundos do local.
As informações são do portal Metrópoles. A polícia suspeita que tanto Adalberto quanto Marcelo foram vítimas da violência dos seguranças. Em 8 de novembro de 2024, Marcelo teria escalado o muro para acessar o autódromo de maneira irregular e foi impedido por seguranças, que o amarraram e espancaram até a morte.
Os vigilantes — Francisco das Chagas de Souza Alves e Emerson Silva Brito — estão presos e enfrentam uma ação criminal do TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) por tortura.
Com o resultado do exame necroscópico confirmando que Adalberto morreu por asfixia, a hipótese de que ele tenha sido assassinado por seguranças do evento se fortaleceu.
As investigações consideram duas possibilidades de asfixia: constrição torácica — causada por forte pressão no tórax — ou estrangulamento por compressão no pescoço, possivelmente com um golpe conhecido como “mata-leão”.
Foi uma morte agonizante, lenta. Ele podia estar desmaiado, tentando respirar, mas acabou falecendo detalhou a delegada Ivalda Aleixo, em coletiva de imprensa na quarta-feira (18).
Perícia encontrou escoriações no pescoço de empresário morto em Interlagos
A polícia confirmou que a perícia identificou escoriações no pescoço de Adalberto. Essa descoberta contraria a suposição anterior de que o empresário não teria marcas de violência quando foi colocado no buraco.
No total, a polícia solicitou três exames: o laudo toxicológico, que verifica a presença de álcool ou drogas; o laudo necroscópico, também conhecido como autópsia, que esclarece a causa da morte; e a análise de DNA do sangue encontrado no carro da vítima.
VÍDEO: Corpo de empresário foi encontrado em buraco nos fundos de autódromo
O desaparecimento de Adalberto ocorreu por volta das 21h do dia 30 de maio, após ele ter saído do festival.
Quatro dias depois, seu corpo foi localizado em uma área isolada dentro do autódromo, distante da área oficial do evento. A organização do festival afirmou que o estacionamento utilizado pelo empresário ficava fora da zona sob sua responsabilidade.
A esposa do empresário morto em Interlagos, Fernanda, tem feito apelos por justiça e respostas concretas, diante do silêncio da organização e das lacunas na segurança do evento. O caso segue em investigação pela equipe do DHPP, com análise de imagens, depoimentos e materiais coletados no local.