Você pode ler ao som de Vampire Weekend – Oxford Comma
A tempestade começou cedo pra nós. Desde o primeiro minuto foi aquilo, complicado, enrolado, um monte de nuvens escuras e carregadas sobre nossas cabeças. Vai entender o motivo de tudo…
Será que estávamos sendo testados? Por nossos conceitos bobos de como as coisas precisavam ser e por nossas maneiras estupidamente egoístas de ver a vida, o começo foi turbulento e cheio de percalços. A gente foi se segurando nas beiras, esperando não escorregar mais, torcendo pra que a queda fosse mais devagar. Se a velocidade dos conflitos aumentasse, tudo iria pelos ares. Andamos por um fio mais de uma vez e confesso que cansei de rolar na cama de um lado para o outro achando que nós não passaríamos do próximo amanhecer juntos.
Doeu, mas agora não dói. Eis que tudo clareou e fomos criando firmeza nos nossos passos. Somos como aquela criança aprendendo a caminhar com dificuldade. Passou mais um ano e olhamos no calendário a mesma data do furacão passado. Nenhum comentário foi preciso, pois, silenciosamente, nos demos por conta juntos de que o pior já passou. É tempo de bonança e calmaria na selva e na água. Já não se vê ondas violentas dentro do aquário, tampouco rachaduras no seu entorno. Já não se escutam rugidos e não se sente inquietude por parte leão. O estágio mudou de ‘nada fácil’ pra ‘tudo certo’. Vira a chave que a fase é outra.
Hoje necessitamos cada vez menos de outras pessoas nas nossas vidas. Já conseguimos nos entender quando um corta a vez do outro de falar, já desfrutamos de um chopp com qualquer coisa com a leveza de bons amigos e não o peso de marido-mulher, aquela fórmula chata e antiquada de casal. Finalmente somos modernos! Finalmente