Daqui um mês completo 30 anos, a ansiedade deu lugar a paz. Muito provavelmente pelo caminho de estudos e autoconhecimento que decidi seguir. Finalmente eu consegui me abraçar de verdade, sabe?
Mesmo quando os obstáculos insistem em aparecer – e eles farão isso sempre, eu simplesmente me abraço e penso, “vai ficar tudo bem”. Sempre fica.
Antes, eu provavelmente culparia algum fator externo pelo obstáculo e me culparia logo em seguida. Pegaria o chicote da vida e ficaria me batendo, batendo, batendo, como se aquilo fosse culpa minha, e de verdade, não existem culpados. A gente adora jogar a culpa em alguma coisa, ao invés de encarar tudo como realmente é.
Não é fácil abraçar nossas piores sombras, mas é necessário. Acredita em mim, você vai se tornar uma pessoa melhor com você mesma. Todas nós temos uma garotinha medrosa, mimada e egocêntrica na nossa cabeça. Ela tagarela pra caramba e nos leva ao limite, deixando-nos exaustas, porque quer atenção o tempo todo. Sabe o que ela quer de verdade? Ser silenciada com um abraço. Não é brigar, não é gritar, não é colocar de castigo, é simplesmente abraçar e tratar com amor. Ela é uma parte de você.
E foi nesse caminho de abraços, amorosidade e autoconhecimento que cheguei a Don Miguel Ruiz e o seu fantástico livro, “Os quatro compromissos”. Tudo fez ainda mais sentido!
Os quatro compromissos vieram para a minha vida de maneira significativa. São eles:
- Seja impecável com a sua palavra.
- Não leve nada para o lado pessoal.
- Não tire conclusões.
- Sempre dê o melhor de si.
Os compromissos foram listados pelo povo toltecas, e no livro, Don Miguel, explica cada um deles de maneira impecável e coerente.
Não é religião, não é energia, é uma nova maneira de encarar a vida. E isso não significa que se comprometer a viver esses compromissos o fará mais ou menos feliz, a única certeza que posso lhe dar é que você será melhor para os outros e automaticamente para você.
Sobre ser impecável com a sua palavra. Você deve imaginar que palavras têm poder e não devem ser usadas de maneira leviana. Quando somos verdadeiros com as nossas palavras, somos, também, verdadeiros com os outros e nós mesmos. Diga somente aquilo que acredita e canalize suas melhores energias para isso. Não gaste tempo e pensamentos com palavras negativas ou julgamentos.
Sobre não levar nada para o lado pessoal. O julgamento do outro não é necessariamente para você. Não se você conseguir enxergar o outro numa relação de espelhos, ou seja, quando alguém fala de você, está expondo não você, mas ele mesmo. Assimilando isso você provavelmente se tornará imune a opiniões alheias.
Sobre não tirar conclusões. Aprenda a não projetar suas expectativas e vontades através de conclusões. Nenhuma verdade é absoluta. A energia se movimenta, muda. Ser transparente e claro com você mesmo – e com os outros – em todas as escolhas, faz sua vida ser mais simples, menos nebulosa ou cheia de mal-entendidos.
Sobre dar o melhor de si. Esteja presente de verdade em tudo que se propuser a fazer, do café ao relatório. Absolutamente tudo. Pode parecer insignificante num primeiro momento, mas dar o melhor de si é gratificante. No final de cada dia você vai querer ser ainda melhor.
Quando me comprometi em viver um dia por vez de maneira única, dentro desses quatro compromissos, percebi que a paz que a gente tanto procura está nas escolhas diárias que fazemos.
Você pode escolher entre a guerra interna ou o abraço. E vou lhe dizer com toda a sinceridade do mundo: nunca foi tão bom me abraçar e encontrar a minha maneira de ficar em paz.
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