Em média, passamos aproximadamente um terço de nossas vidas dormindo, o que evidencia a importância do sono para a saúde física e mental. Especialistas em saúde recomendam que os adultos devem dormir entre sete e oito horas por noite para garantir que o corpo tenha tempo suficiente para descansar, reparar células e realizar funções essenciais ao bem-estar.
No entanto, muitas pessoas lutam para atingir essa meta devido a uma combinação de estresse, demandas profissionais e outros fatores que podem prejudicar a qualidade e a duração do sono.
Uma pesquisa recente, conduzida por cientistas do Reino Unido e da França, investigou como a quantidade de sono afeta o risco de doenças crônicas e mortalidade. Os resultados foram publicados na respeitada revista científica PLOS Medicine.
Detalhes do estudo
O estudo longitudinal, que se estendeu por mais de três décadas, analisou dados de mais de 7.800 funcionários públicos britânicos, dos quais 32,5% eram mulheres. Os participantes foram acompanhados de 1985 a 2016, durante os quais foram questionados repetidamente sobre seus hábitos de sono, incluindo a média de horas dormidas por noite.
Além disso, cerca de 4.000 desses indivíduos usaram dispositivos de monitoramento de sono para fornecer dados mais precisos.
A pesquisa teve como foco principal analisar a quantidade de sono em diferentes fases da vida – aos 50, 60 e 70 anos – e sua relação com o desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes, câncer e doenças cardíacas, ao longo de 25 anos.
A equipe também monitorou a mortalidade dos participantes, buscando compreender melhor como o sono insuficiente ou excessivo pode influenciar a longevidade e a qualidade de vida.
Dormir quantas horas é ideal?
Um dos principais resultados do estudo foi a constatação de que dormir menos de cinco horas por noite, especialmente aos 50 anos, pode ser prejudicial à saúde. Indivíduos nessa faixa etária que dormiam menos de cinco horas tinham um risco 20% maior de desenvolver doenças crônicas em comparação com aqueles que dormiam entre sete e oito horas.
- Bem-Estar e Saúde: O curioso “dedo mindinho irlandês”: descubra se você tem um e o que isso representa
Além disso, o risco de desenvolver duas ou mais doenças ao longo dos 25 anos seguintes aumentava em até 40% para esse grupo.
Análises semelhantes foram realizadas para os grupos etários de 60 e 70 anos, e os dados revelaram que o sono insuficiente continuava a ser um fator de risco significativo para a saúde, independentemente da idade.
Além disso, a pesquisa mostrou que pessoas que dormiam menos de cinco horas por noite aos 50 anos tinham um risco 25% maior de mortalidade durante o período de acompanhamento.
Esses achados ressaltam a importância de uma quantidade adequada de sono, não apenas para a prevenção de doenças, mas também para a longevidade. O sono desempenha um papel crucial na regeneração celular, na função imunológica e na regulação hormonal, fatores que são essenciais para a prevenção de doenças crônicas.
Como melhorar a qualidade do sono
Para garantir uma boa noite de sono, não é suficiente apenas focar na quantidade de horas dormidas. A qualidade do sono é igualmente importante.
Para melhorar a qualidade do descanso noturno, especialistas recomendam algumas práticas essenciais:
- Ambiente adequado: manter o quarto escuro, silencioso e em uma temperatura confortável é fundamental para criar um ambiente propício ao sono.
- Evitar eletrônicos: evitar o uso de dispositivos eletrônicos, como celulares e tablets, antes de dormir é importante, já que a luz azul emitida por essas telas pode interferir na produção de melatonina, o hormônio do sono.
- Alimentação leve: evitar refeições pesadas e alimentos ricos em cafeína ou açúcar perto da hora de dormir também é uma estratégia eficaz para melhorar a qualidade do sono.
- Exercícios físicos: a prática regular de atividade física ajuda a regular o ciclo sono-vigília, proporcionando uma noite de sono mais tranquila e restauradora.
- Exposição à luz natural: durante o dia, expor-se à luz natural, principalmente pela manhã, pode ajudar a regular o relógio biológico e melhorar o sono noturno.
Dormir mais de nove horas é benéfico?
- Bem-Estar e Saúde: Descubra o “Ouro da Juventude”: qual vitamina realmente combate o envelhecimento?
Outro aspecto interessante do estudo foi a análise do impacto de longas horas de sono, especificamente mais de nove horas por noite. Entre os participantes de 50 anos, não foi encontrada uma relação direta entre o sono prolongado e o aumento na incidência de doenças crônicas.
No entanto, para aqueles que já apresentavam condições de saúde pré-existentes antes dos 50 anos, dormir mais de nove horas foi associado a um risco 35% maior de desenvolver outras doenças crônicas ao longo do tempo.
Os pesquisadores acreditam que esse resultado pode estar relacionado ao fato de que pessoas com problemas de saúde podem precisar de mais horas de sono devido à fadiga ou outros sintomas causados por suas condições.
Portanto, dormir mais de nove horas pode ser uma consequência das doenças subjacentes, e não necessariamente a causa de novos problemas de saúde.