Uma história surpreendente e real está chamando a atenção nas redes sociais: uma simulação perturbadora revelou como duas pessoas detidas em celas separadas — uma mulher e um homem — conseguiram conceber um bebê, mesmo sem jamais terem se encontrado fisicamente.
Sim, é exatamente isso que parece. E antes que surjam dúvidas: a história é verídica.
Daisy Link, atualmente presa no Turner Guilford Knight Correctional Center, em West Miami-Dade, na Flórida, cumpre pena por homicídio em segundo grau desde 2022. Em junho de 2023, ela deu à luz uma menina.
O pai biológico da criança é Joan Depaz, também detido na mesma unidade prisional, mas em uma ala masculina, onde cumpre pena por assassinato.
O caso ganhou notoriedade após uma simulação sobre a concepção do bebê viralizar nas redes sociais, detalhando como os dois construíram um vínculo afetivo intenso mesmo sem contato físico direto.
Segundo as informações divulgadas, Daisy e Joan começaram a conversar por meio das saídas de ventilação de suas celas. A comunicação era possível porque o sistema de ar permitia que sons entre andares fossem transmitidos.
Com o tempo, os diálogos se tornaram frequentes e profundos. Para se comunicarem de maneira mais direta, os dois improvisaram cordas feitas de lençóis, usadas para enviar cartas, pequenos objetos e até fotos. Era uma forma criativa e clandestina de manter o relacionamento em um ambiente de extremo isolamento.
Em entrevistas, Daisy relatou que passava horas conversando com Joan e que a conexão entre eles era tão forte que ela sentia como se estivessem na mesma cela. Com o vínculo fortalecido, Joan expressou o desejo de ser pai. Apesar das limitações impostas pela prisão, propôs a Daisy que tentassem conceber um filho, mesmo que por meios não convencionais.
A estratégia adotada foi engenhosa — e surpreendentemente bem-sucedida. Joan coletava amostras de sêmen, que eram cuidadosamente armazenadas em pedaços de plástico, enrolados de forma semelhante a um cigarro. Em seguida, o material era amarrado em uma corda feita com lençóis e enviado até a cela de Daisy através do sistema de ventilação.
Ao receber o material, Daisy utilizava aplicadores vaginais — normalmente usados para tratamentos ginecológicos — para realizar a inseminação manual. O processo foi repetido diariamente durante semanas, até que a gravidez foi confirmada. Em junho de 2023, a filha do casal nasceu com saúde.
Médicos especialistas em fertilidade confirmaram que, embora as chances de sucesso fossem extremamente baixas — estimadas em menos de 5% —, o método utilizado poderia, de fato, resultar em gravidez, especialmente com a repetição constante do processo.
A história gerou grande repercussão dentro e fora do sistema prisional, e autoridades abriram uma investigação interna. Embora não tenham identificado conivência por parte dos funcionários da prisão, medidas foram adotadas para evitar novos casos semelhantes, como a restrição do uso de aplicadores dentro das celas e mudanças no acesso entre alas masculina e feminina por meio dos dutos de ventilação.
Atualmente, a filha de Daisy e Joan está sob os cuidados da mãe de Depaz, que recebeu autorização legal para criá-la enquanto os pais cumprem pena. Daisy e Joan continuam se comunicando por telefone e por videoconferência autorizada, mantendo vínculos com a criança.
Mais do que uma curiosidade, a história levanta reflexões sobre os limites do sistema prisional, os direitos reprodutivos de pessoas encarceradas e, principalmente, a força dos vínculos afetivos mesmo em contextos de extrema adversidade.