Um vídeo que viralizou nas redes sociais esta semana mostra famílias chocadas ao verem dois gorilas fazendo sexo oral no zoológico do Bronx, em Nova York, Estados Unidos.
“Fiquei chocado e não tinha ideia de que era um ato‘ natural ’”, disse o cinegrafista, que optou por permanecer anônimo, ao The Post.
“Eu estava na exibição do gorila com minha filha e sobrinha de 4 anos”, disse. “Minha esposa teve que ficar fora da exposição com meu filho adormecido, então eu queria fazer muitos vídeos. Então essa mágica aconteceu.”
O vídeo mostra os dois animais no chão, fazendo sexo oral, enquanto os espectadores gargalham e mandam seus filhos deixarem o local. Segundo especialistas ouvidos pela imprensa internacional, embora possa parecer estranho para nós, humanos, o sexo oral é bastante comum em todo o reino animal.
Como falar de sexo com as crianças?
Em uma situação como essa de “flagrante animal” – que pode acontecer não só no zoológico, mas até com cães, por exemplo – a recomendação é tratar o assunto com naturalidade. “O assunto não deve ser evitado. O desespero dos pais geralmente está em acreditar que eles vão ter que explicar ali o que é sexo, o que é sexo oral, como neste caso dos gorilas. E não é por aí. É um bom momento para abordar sexualidade com a criança, mas de uma forma adequada à idade de cada criança. Mentir e fantasiar pode atrapalhar a compreensão das crianças. O ideal é agir naturalmente, dizer que acontece com todos os animais, que é como eles se reproduzem, namoram. E aproveitar para dizer também que apenas os adultos, entre os humanos, fazem sexo, que é uma forma também de carinho”, diz Carolina Freitas, mestre em Psicologia e especialista em Sexualidade da Plataforma Sexo sem Dúvida.
A conversa deve seguir apenas se a criança fizer mais perguntas. “Se não houver mais questionamentos, significa que a criança ficou satisfeita com a explicação. E aí os pais podem seguir sem alarde. É também uma oportunidade de falar sobre privacidade, sugerir continuar o passeio e deixar os gorilas namorarem sozinhos”, completa a especialista.
E se os pais forem flagrados fazendo sexo? O que fazer? Neste caso, segundo a psicóloga Denise de Sousa Feliciano, presidente do Departamento de Saúde Mental da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), vale novamente a sinceridade, dentro do que cada faixa etária consegue compreender.
“Claro que a vida sexual dos pais — e de qualquer outra pessoa — deve ser privada. Não se deve, obviamente, fazer sexo na frente dos filhos, pois sobrecarrega as crianças a uma experiência que elas não têm condições de processar. Mas quando surgir alguma questão, os pais devem, sim, explicar que se beijam, que são namorados e que isso é coisa de adulto, mas tudo em uma linguagem adequada à idade da criança”, completa. “Se os pais observarem os filhos com cuidado, eles vão notar que as crianças aproveitam as situações para expor as dúvidas”, afirma.