O maior desafio do universo adulto continua sendo o de vivenciar a própria essência!
Isso justifica o sucesso dos livros de autoajuda e turmas de desenvolvimento pessoal lotadas. É que esta fase vem acompanhada de compromissos, cobranças, excesso de trabalho e diversas necessidades que antes eram inexistentes. Sem contar que emocionalmente carregamos algumas feridas, culpas, complexos, crenças e valores limitantes. Pouco a pouco perdemos o viço e atrevimento juvenil, deixamos os sonhos, a curiosidade e a aquela alegria genuína na infância.
Deixamos de ser essência para cumprir os papéis sociais ou simplesmente para sofrer “menos”. De tanto “levar bordoada” endurecemos! Além do mais, autenticidade é vista como algo negativo.
O ambiente externo em nada ajuda, a maior parte dos estímulos conduz na direção dos estereótipos sociais, forçando você a se encaixar na manada. A intenção é abafar o seu senso crítico, gerar necessidades para depois oferecer soluções, tornando-o vulnerável e vazio.
Individualidade? A onda aqui é sufocá-la até que o coletivo assuma! Tenha isto e seja aquilo!
Vamos preencher o vazio existencial com objetos, silicone, anabolizantes e pessoas.
Compre, beba, viaje, faça isso, faça aquilo, Sim, senhor; não, senhor!
Você apenas acompanha automaticamente o fluxo, satisfazendo necessidades do ego, estrategicamente alimentado dia após dia.
Simplicidade? Que nada! “Muito over” para este mundo. Então sem perceber, toda a sua energia passa a ser direcionada e drenada na obtenção: de títulos, carros, roupas, viagens, poder, status, relacionamentos superficiais e acúmulo de conhecimento…
A vida passando e você nem percebeu que suas doenças, crises de stress, solidão, insatisfação, todo aquele vazio existencial eram apenas a sua essência pedindo espaço para um balanço, para avaliar valores, escolhas e prioridades. pedindo espaço para manifestar-se em sua vida adulta tão voltada para o TER.
De repente, você se deu conta de quantas vezes abriu mão de sua autenticidade para não ser excluído. Calou e engoliu sapos, quando precisava expor suas necessidades, sentimentos e manifestar suas opiniões. Deixou de dizer às pessoas o quanto suas presenças eram importantes e elas se foram. Percebeu que deixou oportunidades passarem por medo da exposição ou por orgulho.
Vê que boa parte do seu tempo foi gasto com pessoas que nada somavam, Percebeu que suas conversas não eram tão enriquecedoras quanto supunha. Esqueceu que escutar, abraçar, apertar uma mão ou apenas um simples olhar empático, que em muitos momentos, pode salvar uma vida. Esqueceu como foi importante para você, poder contar com a paciência e apoio dos seus colegas de trabalho quando iniciou sua vida profissional. Esqueceu o quanto as amizades sinceras são importantes nos momentos de adversidade. Não ajudou aquele amigo quando ele mais precisava da sua presença, nem lembra mais, como era bom ter um tempo livre de cobranças e agendas. Não sabe mais como é a sensação de prazer ao desfrutar de coisas simples do cotidiano. Não sente mais o sabor da comida, pois o seu paladar foi anestesiado pela correria.
Há quanto tempo não dá uma boa gargalhada? Quanto tempo não se diverte? E essa expressão carrancuda? Essas palavras tão duras? E esse conformismo?
Cadê aquela indignação da adolescência? Aquela ousadia de fazer acontecer? Aquela vontade de mudar o mundo, fugindo do confronto? E aquele riso frouxo e peito aberto, daquela criança que você foi? Cadê aquela curiosidade infantil? E aquela vontade de criar?
O que aconteceu?
Você se desconectou de sua essência, passou a viver no ego! Tudo o que era simples tornou-se absurdamente complexo e difícil de satisfazer. Antes de entrar num processo de culpa, quero que saiba que, para reencontrar sua essência, é só fazer o processo inverso – onde: MENOS É MAIS!
Utilize essa frase como uma bússola para nortear suas decisões daqui para frente e reavaliar seus valores e prioridades de vida. Depois desapegue do que não for essencial, um a um. Encontre os aprendizados, encare seus erros e ajuste-os. Perdoe a si mesmo e aos demais. Enfrente seus medos. Estabeleça um padrão de excelência como guia para seus comportamentos e relações. Prometa a si mesmo que daqui para frente ficará apenas o essencial. Prometa dar e receber somente o melhor, agregar valor a sua existência, que, a propósito, pode encerrar a qualquer momento.
Que você tenha tempo suficiente para usufruir sem dúvidas, culpas ou remorso todas as coisas boas que a vida oferece, incluindo, apreciar a companhia das pessoas que ama.
Acima de tudo, que você possa vivenciar a verdadeira liberdade do ser!
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