Vladimir Putin, presidente da Rússia, atualmente com 72 anos, é conhecido internacionalmente por sua postura firme, decisões estratégicas e estilo de liderança autoritário.
Mas além de sua atuação no cenário político global, um detalhe físico em sua postura chama atenção de especialistas e curiosos: ao caminhar, Putin mantém o braço direito praticamente imóvel ao lado do corpo, enquanto o braço esquerdo se movimenta de maneira mais natural.
Esse comportamento peculiar, descrito como “marcha assimétrica” ou “caminhar robótico”, levanta especulações há anos.
O que poderia parecer um tique, limitação física ou até sinal de problema neurológico, na verdade, tem uma origem mais estratégica e simbólica. A explicação mais aceita entre pesquisadores e neurologistas envolve seu passado como agente da KGB, a extinta e temida agência de inteligência da União Soviética.
Putin ingressou na KGB no final da década de 1970 e atuou por anos em postos estratégicos, inclusive na Alemanha Oriental durante a Guerra Fria. Os métodos de treinamento da KGB exigiam rigidez, disciplina e atenção a detalhes comportamentais — inclusive a forma de caminhar.
Treinamento militar moldou a marcha de Putin
De acordo com manuais da própria KGB, os agentes eram instruídos a manter a mão dominante — geralmente a direita — próxima ao corpo durante a locomoção.
A justificativa era puramente tática: manter o braço imóvel junto ao tronco permitiria um saque mais rápido de arma em caso de ameaça súbita. Ou seja, essa posição minimiza o tempo de reação em um possível confronto armado.
Essa hipótese foi fortalecida por um estudo publicado em 2015 no conceituado British Medical Journal (BMJ). Pesquisadores da Universidade Radboud, na Holanda, liderados pelo neurologista Bastiaan Bloem, analisaram vídeos de Putin e de outras figuras proeminentes da política e segurança russa.
O estudo batizou o padrão como “marcha do pistoleiro“, em referência ao estilo de caminhada dos cowboys no Velho Oeste, que também mantinham uma das mãos próximas às armas.
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Segundo Bloem e sua equipe, essa característica também foi observada em outros altos funcionários do governo russo com passagem por setores de segurança ou defesa.
Figuras como Dmitry Medvedev (ex-presidente), Sergei Ivanov (ex-ministro da Defesa), Anatoly Serdyukov (ex-ministro da Defesa) e Anatoly Sidorov (general de exército) apresentam o mesmo padrão de marcha.
Todos têm em comum o histórico de atuação na KGB, FSB ou nas forças armadas russas — o que reforça a tese de que essa não é uma condição médica, mas um hábito profundamente enraizado por treinamento.
Uma marca registrada em contextos de alto risco
Especialistas em defesa e comportamento afirmam que, embora em tempos de paz essa postura possa parecer exagerada, ela faz todo o sentido em contextos de alta tensão ou risco constante. Para agentes treinados para a guerra e inteligência, uma fração de segundo pode ser decisiva.
Manter a mão de gatilho próxima ao corpo é uma técnica de sobrevivência — e, com o tempo, se torna um comportamento automático, difícil de abandonar mesmo fora do ambiente de perigo.
É importante destacar que, embora tenham surgido teorias sobre possíveis doenças neurológicas (como Parkinson) ligadas a essa rigidez unilateral, essas suposições nunca foram confirmadas por exames públicos ou por qualquer declaração médica oficial.
Além disso, o fato de outras figuras com trajetória semelhante à de Putin exibirem o mesmo tipo de movimento reforça a natureza comportamental da marcha.
O gesto que virou símbolo de poder e vigilância
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Com o passar dos anos, esse modo particular de caminhar se tornou uma espécie de assinatura física de Vladimir Putin.
Em um cenário global onde cada gesto de um líder é analisado com lupa, até mesmo o modo de caminhar ganha camadas simbólicas. Sua rigidez, literal e figurativa, é interpretada por muitos como reflexo de seu estilo de governo — controlado, preciso e sempre em alerta.
Assim, o que para muitos seria um simples detalhe corporal, para analistas e estudiosos representa mais uma peça no quebra-cabeça da figura de Putin: um homem que, mesmo fora do campo de batalha, continua operando como se ainda estivesse em missão.
E essa imagem — de alguém sempre preparado para agir — segue sendo projetada não apenas nas decisões políticas, mas até mesmo em seus passos silenciosos pelos corredores do Kremlin.