Admito, sou culpada de ter estes sinais.
Nunca fui de me mudar para ajustar às expectativas dos outros, sempre fui uma original. Porém, sempre prestei atenção às reações, aos olhares rápidos mais críticos, às entrelinhas nas respostas.
E esta contradição de querer viver à minha maneira mas sentir que os outros me julgam constantemente deixa-me doida, tão doida que cada vez mais decido atirar os julgamentos ao ar e pensar: “foda-se”. Não preciso disso, não me acrescenta nem me ajuda.
Somos criticados o tempo todo, sim, e, pior ainda, somos treinados pela sociedade e pelos media a prestar atenção ao que os outros acham de nós, porque é nos outros que vamos encontrar o certo ou o errado.
Nada disso!
O certo ou errado está dentro de ti. Se te sentes bem a fazê-lo, faz. Se queres comprar aquelas calças de cabedal, compra. Se queres sentar-te num restaurante sozinha e pedir um copo de vinho só para ti, pede. Se te sentes inspirado a dizer àquela pessoa o que realmente pensas dela, diz.
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Porque adivinha? Só tu sabes da tua vida, o que é melhor ou pior, e aqueles pequenos detalhes que te fazem tão feliz devem ter importância porque te inspiram, não com base no que os outros vão dizer.
Por saber que tantas pessoas são como eu, decidi deixar um alerta: começa a tirar o peso dos ombros! A partir do momento que decides que vais apenas ligar ao que TU pensas, a mudança é gradual, mas cada progresso ao longo do caminho vai-te dar orgulho.
Aqui vão os 5 sinais que provam que te preocupas demasiado com o que os outros pensam de ti:
1. Medo de falar
Em vez de dizeres exatamente o que estás a pensar/sentir, escolhes selecionar com cuidado as tuas palavras, como se se tratasse de um exame. Acreditas que a pessoa te vai criticar ou até lançar um olhar desaprovador, porque isso já aconteceu antes e te sentiste humilhado e com vontade de ter ficado em silêncio.
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2. Sensação de desconforto
Escolhes a tua roupa de manhã, e às vezes estás com falta de paciência e pegas na primeira coisa que vês à tua frente. Quando sais à rua e vais ter com os teus amigos/colegas, parece que estão a analisar cada detalhe da tua imagem. Depois disso, passas a ter um cuidado especial a escolher a tua aparência, mas nada parece ser o suficiente porque tu podes sentir-te bem de determinada maneira, mas os outros podem sempre achar que estás mal.
3. Competição
Parece que as outras pessoas têm uma vida melhor que a tua, tiraram uma foto na viagem a não-sei-onde, divertiram-se na festa de X, e tu ouves as histórias e ficas desiludido contigo mesmo porque não tens nem metade da vida social deles. Parece que há algo de errado contigo, por isso para não ficares calado e pareceres mal, decides tentar copiar o que eles fazem, partilhar histórias que aconteceram contigo que sejam semelhantes às deles, pela simples razão de que se eles fizeram e são felizes, então se eu fizer o mesmo também me vai fazer feliz.
4. Pessimismo tóxico
És um mestre da autocrítica. Conseguiste desenvolver as melhores frases para te definir, e carregas essas crenças como medalhas. A princípio não era porque acreditavas mesmo nessas coisas, mas porque parece que está na moda nos odiarmos a nós mesmos.
Com uma ironia aguçada, dizes mal disto e daquilo, como se estivesses a dar a opinião para o Jornal da Noite. As pessoas à tua volta respeitam-te, porque sim, “O Mundo está um caos”, “As pessoas são más” e “É assim a vida, desgraças estão sempre a acontecer.”
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Nunca te passou pela cabeça sequer ver o outro lado da moeda, dizer bem de alguém, ver pela perspectiva de outra pessoa, e deixar os teus bons sentimentos dominarem uma conversa, que, afinal, deveria elevar-te e não deitar-te abaixo ou realçar coisas más que acontecem.
5. Máscara
Tens a necessidade de fingir ser diferente daquilo que és quando estás sozinha com os teus pensamentos. Parece que expressar-te livremente iria ferir suscetibilidades, e que para cada pessoa tens de adotar um comportamento diferente.
Ages de acordo com os outros, com aquilo que achas que iriam gostar, aprovar e respeitar. Vives para os seus elogios, atenção e para que façam parte do teu círculo social.
Se tens mais de 3 destes sinais, diagnostico-te com a doença da Necessidade de Aprovação Social. Podes ser como eu, e expressar quem realmente és, fazer o que achas melhor para ti e por vezes coisas que são vistas como loucas – e mesmo assim estar atento ao que outros dizem ou podem pensar de ti.
Mas tenho uma coisa muito importante para te dizer: está tudo na tua cabeça. Se lês o meu blog, sabes que pensamentos criam circunstâncias, especialmente se forem fixos o suficiente para atraíres determinado tipo de pessoas e experiências na tua vida, como te criticarem constantemente.
Quer as pessoas falem ou não, tudo é criação tua. Pouco a pouco, vais tendo mais clareza. Estares feliz e adotares a atitude do espírito livre vai ser muito mais poderoso e natural para ti do que tentar parecer bem, apresentável, digna de fotografia e diploma.
Ninguém te define, nem sequer as tuas experiências. Tu és tu quando estás sozinho com os teus pensamentos – muda os teus pensamentos e muda as tuas experiências!
Para uma reflexão mais a fundo sobre ignorar o que os outros acham de ti, lê este artigo.
Sejam felizes,
Cláudia Rocha