Lutar por aquilo que queremos, por aquilo que acreditamos é um direito de cada um de nós. Lutar é um sinal de coragem, é um sinal de que somos seres atuantes no mundo e escrevemos a nossa própria História. Por outro lado, insistir indefinidamente numa causa perdida, continuar esperando por tempo indeterminado por algo que já acabou, vendar os olhos para aquilo que está debaixo do nosso nariz é perda de tempo, é perda de energia, é um desgaste tremendo e desnecessário.
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Sempre comento em meus posts as tênues distâncias existentes entre sentimentos nobres e motivadores com sentimentos mesquinhos, acomodados ou obsessivos. Não é possível analisar o valor de um gesto fora de um contexto. Dependendo do contexto, devemos ignorar, deixar para lá… Dependendo do contexto, devemos nos importar, lutar, valorizar.
Existe um limite tênue entre ser determinado e ser teimoso. Existe um limite tênue entre ser sedutor e ser vulgar. Entre ser zeloso e controlador. Entre ser divertido e inconveniente. Entre ser formal e ser esnobe.
Ter fé e esperança é fundamental para seguirmos em frente, para termos força para lutar, para termos força para acordar todas as manhãs. Sem fé e sem esperança, definhamos dia a dia. E quando falo sobre fé, não me refiro exclusivamente à fé religiosa, mas a todo e qual tipo de fé: na vida, nas pessoas, no amor, no trabalho, na honra, na dignidade humana.
A falta de fé e esperança nos imobilizam. Porém, não devemos confundir fé com ideia fixa, pensamentos obsessivos. A determinação quando perde a noção de realidade se torna obsessão, se torna perigosa para quem a sente e para quem está ao redor. Quem deseja algo contra todas as probabilidades, se expondo a situações constrangedoras, colocando outras pessoas em situações constrangedoras, manipulando, usando de artimanhas, tentando ignorar que os fatos tomaram outro rumo, tentando ignorar que a situação fugiu ao controle, que o contexto se modificou corre um risco muito grande de adoecer emocionalmente e fazer quem está perto adoecer por tabela.
Lutar por aquilo que queremos, por aquilo que acreditamos é um direito de cada um de nós. Lutar é um sinal de coragem, é um sinal de que somos seres atuantes no mundo e escrevemos a nossa própria História. Por outro lado, insistir indefinidamente numa causa perdida, continuar esperando por tempo indeterminado por algo que já acabou, vendar os olhos para aquilo que está debaixo do nosso nariz é perda de tempo, é perda de energia, é um desgaste tremendo e desnecessário.
Obviamente, a vida não vem com manual e não existe um tempo mínimo e máximo para a gente desistir de um sonho, de um projeto, de um relacionamento. Mas aí entra a questão do bom senso. Sim, às vezes precisamos aceitar que o jogo está perdido e seguir em frente, pegar um outro caminho, desbravar novas possibilidades. O mundo está cheio delas.
Fotos: Cena do filme Louca obsessão