Um russo ficou completamente devastado após perder a esposa e seus dois filhos em um dos piores acidentes aéreos da história da Alemanha. Sem conseguir lidar com o luto e a perda de sua família, Vitaly Kaloyev passou meses investigando o acidente até encontrar quem ele julgou pela morte de sua família, o controlador de tráfego aéreo Peter Nielsen.
Vitaly Kaloyev, que é arquiteto, estava em Barcelona esperando a chegada de sua família. Ele foi contratado para construir uma casa para um cliente rico, segundo o site People. Mas o voo em que a família estava nunca chegou ao destino final.
Ao sobrevoar a Alemanha, o voo Bashkirian Airlines 2937 colidiu com um avião de carga DHL Flight 611, que viajava da Itália para a Bélgica. O cargueiro tinha somente duas pessoas à bordo, enquanto o voo 2937 estava lotado: 45 crianças, 15 adultos e nove tripulantes. Todas as 71 pessoas, incluindo a família de Kayolev, a bordo de ambos aviões morreram no acidente.
Consternado, o russo foi até o local do acidente e conseguiu encontrar o corpo de sua filha, Diana, intacto a três quilômetros de distância dos destroços do avião. A suspeita é que a menina tenha caído nas árvores da região que amorteceram o impacto da queda.
Já sua esposa, Svetlana, teria caído em uma fazenda de plantação de milho, na mesma região. O corpo de seu filho, Konstantin, foi encontrado em frente a um ponto de ônibus. Investigações sobre o acidente apontaram que a família de Vitaly caíram a 36.000 pés.
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Após investigações da polícia federal alemã de acidentes aeronáuticos, chegou-se à conclusão de que existiram uma série de deficiências por parte do serviço suíço de controle de tráfego aéreo, que foi apontado como responsável pela colisão aérea entre ambos aviões.
Após as investigações, soube-se que o controlador de tráfego aéreo Peter Nielsen teria sido alertado sobre as rotas de voo que se cruzariam em 44 segundos. Ambas aeronaves desapareceram dos radares logo depois. Com o fim das investigações, Peter Nielsen foi inocentado das acusações de negligência, e apesar de poder continuar trabalhando na mesma empresa, ele decidiu se aposentar.
Devastado com a perda de sua família e infeliz com o resultado da investigação, Kayolev teria sofrido um colapso nervoso e passou a buscar Peter Nielsen. A empresa onde o controlador suíço trabalhava chegou a oferecer aproximadamente 160 mil francos suíços a Kayolev para que ele não os processassem criminalmente.
A dor de Vitaly Kaloyev foi se transformando, lentamente, em raiva. À época, após o julgamento, o russo teria declarado que desde o acidente, ele “moraria” no cemitério e que passava horas sentado perto do túmulo da família.
Furioso porque a empresa onde Peter Nielsen teria colocado um valor sobre sua perda, o russo tentou se encontrar com o controlador de voo, o que foi amplamente negado pela empresa, quanto pelo profissional de tráfego aéreo. Dominado pelo sentimento de injustiça e pela perda de seus entes mais queridos, o russo contratou um investigador particular para descobrir o endereço do controlador de tráfego aéreo.
Após dois anos do acidente, Kayolev apareceu na porta de Nielsen na Suíça e o esfaqueou até a morte. Nielsen morreu nos braços de sua esposa e filhos. O russo não tentou fugir da polícia e durante sua prisão, ele revelou que matar Nielsen não o fez sentir melhor.
Segundo o site The Sun, o russo foi condenado a oito anos de prisão, mas cumpriu apenas três anos. Sua liberdade só foi conseguida depois que autoridades russas decidiram intervir no caso ao afirmarem que Kayolev teria sido movido pela dor e que ele não estaria em si no momento do assassinato.
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Ao retornar à Rússia, Kayolev foi recebido como herói por um grupo pró-Kremlin.
“Quero expressar meus grandes agradecimentos a todos os cidadãos da Rússia, ao presidente russo pelo forte apoio que me deram”, disse Kayolev a dezenas de jornalistas em sua chegada ao aeroporto Domodedovo, nos arredores de Moscou.
A história comovente de Vitaly Kayolev foi retratada anos mais tarde no filme “Em Busca de Vingança” (Aftermath), de 2017, estrelado por Arnold Schwarzenegger.