A iniciativa de unir o “pós-vida” com uma empreitada biológica é inovadora no mercado de funerais!
Quando alguém próximo morre, muito se fala da finitude dos ciclos. “Fulano encerrou sua caminhada na Terra e agora está em outro plano, é feito de outra matéria”, são exemplos de frases indicando que a pessoa que amamos pode não estar mais no nosso convívio físico, mas sua memória e energia farão para sempre parte do mundo em que vivemos.
E se houvesse uma forma de garantir que, mesmo após a morte, o impacto daquela pessoa em vida continuasse sendo positivo? Foi pensando nisso que o cemitério canadense “Bios Park” criou uma alternativa sustentável para enterros e cremações tradicionais.
Nesse “bosque da saudade”, chamado de “Boisé de Vie” (floresta da vida, em francês), a ideia é que sejam plantadas as urnas dos falecidos juntamente com árvores, renovando toda a área verde em que o local foi construído.
O parque consiste num grande terreno verde e plano, que está se tornando uma floresta com cada vez mais árvores, conforme mais pessoas fazem da “floresta da vida” seu lugar de descanso. De acordo com informações do portal MSN, as cinzas de quem for enterrado ali serão plantadas com uma espécie de árvore de escolha do falecido ou sua família. Logo, ao invés de um cemitério cheio de lápides, com o passar do tempo, o que os familiares irão visitar é um belo bosque!
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Os clientes podem escolher uma das oito espécies de árvores que irão marcá-los no além-vida, e cada uma foi escolhida por jardineiros experts da região, para que sejam resistentes e precisem de pouco cuidado para crescer. Você pode escolher uma macieira para ser sua memória neste plano, por exemplo.
Pioneira há mais de 20 anos, a iniciativa é de mérito da empresa Bios Urns, que já trabalhava com urnas crematórias ecológicas e outros métodos sustentáveis de lidar com os restos mortais humanos, pois enterros tradicionais, além de caros, não são uma alternativa boa para o meio ambiente.
O local oferece aos enlutados a possibilidade de uma celebração íntima sob um pavilhão de jardim construído no centro da floresta. Famílias e amigos podem escolher tocar músicas significativas para eles durante a cerimônia, podem trazer uma foto do seu ente querido, flores, velas ou qualquer outro objeto significativo.
Antes do plantio, todos podem pegar a urna nos braços para se despedir. Tudo isso é opcional e pode ser alterado para atender aos desejos das famílias. Após a despedida, todos seguem para o local do plantio. Cada sepultamento é feito sob medida.
Elyse, a diretora do cemitério, explica que depois do dia do sepultamento, muitas vezes, as famílias voltam para visitar os seus falecidos e cuidar da sua árvore, retirando as folhas mortas e decorando-a de acordo com as estações do ano. Outro ponto crucial é que as pessoas podem optar por serem enterradas e consequentemente suas árvores plantadas próximos de outros membros da família.
Elyse explica ainda que a ideia desse cemitério surgiu das urnas “Bios” apresentadas num canal na TV. No terreno de seu cemitério, já havia um bosque natural adjacente a uma campina desocupada, então, ela imediatamente viu a possibilidade de realizar um projeto como este: plantando as urnas e árvores juntas.
Ela imediatamente teve aprovação para dar início às obras, inaugurando o cemitério ecológico alguns meses depois. Ela e sua equipe também auxiliaram outros dois parques sagrados a oferecer uma opção mais verde para as celebrações póstumas. A empresária considera a iniciativa um grande passo em direção ao futuro, atendendo a uma parcela cada vez maior de pessoas ecologicamente conscientes, mesmo no momento de luto.