Até bate saudade daquele tempo que bastava uma risada frouxa, uma mecha de cabelo no olho, para arrancar minha sanidade do peito e me deixar a mercê do jeito que quisesse me mastigar.
Porque amor quando invade não vem com jeitinho; é a mordida do desejo de ter um pedaço de mim em você.
Quem diz que ama de graça, mente. E muito.
Graça mesmo só se tem na retribuição.
Enquanto ela não vem, tudo é feito como um berço esperando que ali durma sossegado algum tipo de respeito.
Com o tempo fica mais fácil, e até as incertezas cantam baixo essa melodia desafinada entoando o distraído.
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Mas não tem quem aguente passar a vida à espera de uma chance sem qualquer garantia que haja razão para vir.
O pior é o cansaço que vem ao galope no cavalo do passado do qual tanto fugi.
Deus sabe o quanto eu evitaria, se pudesse, entrar mais uma vez nessa corrida.
Sempre desisto antes de chegar ao fim,
pois a ideia de me pôr em primeiro lugar me agoniza com a solidão.
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Ainda guardo o desejo de ter um pódio pra dividir até mesmo meus medos.
Não posso negar que por causa disso nutri uma dependência dos trejeitos que não pude copiar.
Porque, você sabe, quando a gente gosta demais, a gente imita.
E quando o gostar sobrepõe a imitação, a gente enlouquece.
É o que acontece quando o coração transborda.
Todo mundo que já sentiu seu sangue se perder em outras veias aprende que amar também vicia, mas não tem contraindicação.
Fonte: Escrito por SAMANTHA SILVANY via Bendita Cuca