Anderson Torres foi ministro da Justiça durante o governo de Jair Bolsonaro, entre 2021 e 2022. Após Luiz Inácio Lula da Silva ganhar as eleições de 2022, Anderson Torres assumiu o cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.
O ex-ministro de Bolsonaro foi preso em janeiro do ano passado (2023), após ter sido acusado de ser conveniente e omisso frente aos ataques criminosos contra as sedes dos Três Poderes em Brasília, mesmo tendo a informação que eles poderiam acontecer. À época, Torres estava nos Estados Unidos.
Em uma primeira instância, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, teria expedido a prisão preventiva de Torres a pedido da Polícia Federal, pelas supostas omissões que teriam colaborado para os ataques na capital federal.
Na casa de Torres, a PF teria encontrado uma suposta minuta de um decreto que tinha como objetivo instaurar um estado de defesa e mudar o resultado das eleições de 2022. A medida foi considerada com inconstitucional por juristas, e, depois, foi denunciada como indício de uma tentativa de golpe de Estado.
![Quem é Anderson Torres? Saiba tudo sobre o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2024/02/quem-e-anderson-torres-saiba-tudo-sobre-o-ex-ministro-da-justica-de-bolsonaro-imagem-1.jpg.webp)
Apesar de contar com o nome do ex-presidente da República, a minuta encontrada na casa do ex-ministro não estava datada, nem assinada por Bolsonaro, sequer chegou a virar decreto oficial.
Ainda em janeiro de 2023, Moraes determinou a abertura de inquérito contra Torres, Ibaneis Rocha, Fernando de Sousa Oliveira e Fábio Vieira. A medida visava apurar a responsabilidade dos citados em relação aos atos de vandalismo na capital.
Torres negou envolvimento e que tivesse contribuído para as invasões em Brasília. Em nota, o ex-ministro da Justiça reforçou que repudiava os atos ocorridos na capital e que sempre se fez valer do respeito às leis e às instituições, seja como policial, como secretário de Segurança ou como ministro da Justiça.
Tempos depois, Torres teve sua liberdade provisória decretada e assinada por Alexandre de Morais.
Quem é Anderson Torres?
Anderson Gustavo Torres, de 47 anos, é um profissional com uma extensa trajetória na área jurídica e de segurança pública. Formado em Direito pelo Centro Universitário de Brasília, ele ingressou na Polícia Federal em 2003, consolidando-se como delegado ao longo dos anos.
Com expertise em Ciência Policial e Investigação Criminal em Segurança Pública, Torres é também diplomado em Inteligência Estratégica pela Escola Superior de Guerra. Sua contribuição vai além das atividades operacionais, tendo sido professor em diversas instituições, incluindo a Academia de Polícia Civil em Roraima, a Academia da Polícia Militar do DF e a Academia Nacional de Polícia.
Além de suas funções na PF, Anderson Torres desempenhou papéis relevantes em âmbitos legislativos e políticos. Como diretor de assuntos legislativos da Associação dos Delegados da Polícia Federal, coordenou comissões na Câmara dos Deputados sobre segurança pública e combate ao crime organizado. Também ocupou o cargo de chefe de gabinete do ex-deputado federal Fernando Francischini.
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Em 2019, assumiu a posição de secretário de Segurança Pública do DF durante a primeira gestão de Ibaneis Rocha, destacando-se por suas contribuições nessa área. Em março de 2021, Anderson Torres foi nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro como ministro da Justiça e Segurança Pública, consolidando sua presença e impacto no cenário nacional.
Ele assumiu como o terceiro ministro da pasta, sucedendo a Sérgio Moro (União-PR), que deixou o governo acusando Bolsonaro de tentar interferir na Polícia Federal, levando o atual ministro do STF, André Mendonça, a reassumir a Advocacia-Geral da União (AGU).
Em agosto de 2021, Anderson Torres participou de uma transmissão pelas redes sociais em que Bolsonaro, sem apresentar provas, questionou a segurança das urnas eletrônicas.
Naquele mesmo mês, Torres foi novamente nomeado por Ibaneis Rocha para liderar a Secretaria de Segurança Pública da capital.
No dia das invasões, ele condenou os ataques às sedes do Congresso, STF e Planalto como uma “inconcebível desordem” e “inaceitável desrespeito às instituições”.
“Determinei que todo efetivo da PM e da Polícia Civil atue, firmemente, para que se restabeleça a ordem com a máxima urgência. Vandalismo e depredação serão combatidos com os rigores da lei”, afirmou.
Anderson Torres foi exonerado do cargo no próprio domingo das invasões por Ibaneis Rocha, que foi afastado do governo do DF no dia seguinte por ordem de Alexandre de Moraes, a pedido da PF, AGU e senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
A decisão, confirmada pelo plenário do STF, tem validade por 90 dias. Na mesma ocasião, os ministros também ratificaram a prisão preventiva de Anderson Torres e Fábio Vieira, no contexto do inquérito sobre atos democráticos conduzido por Moraes.
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