“A ansiedade é como uma cadeira de balanço. Dá-lhe algo para fazer, mas não leva você muito longe.” ~Jodi Picoult
Ser uma pessoa ansiosa possui diversas implicações na nossa vida prática. Quem o é sabe o quanto isso é atormentador. Sabe o quanto tudo que mais desejamos é conseguir encontrar um botãozinho dentro da nossa cabeça e “virá-lo” para um modo mais relaxado e despreocupado – como nos aconselham sempre os nossos amigos. Mas sabemos que isso, infelizmente, não é tão simples assim.
Para além das formas mais clássicas (e até bem mais complexas) de como a nossa ansiedade nos atormenta perante as idas, vindas, esperas, intempéries e incertezas da vida, ela pode se manifestar também impedindo-nos de tomar decisões importantes e de fazer as coisas que desejamos. Tornando-se, assim, um obstáculo entre nós e as nossas realizações.
Se você se considera ansioso não vai ser difícil encontrar momentos em que que se viu adiando decisões importantes ou ponderando tanto a respeito de algo a ponto de acabar por desistir dele. E, pior ainda, descobrindo que um pouco mais de leveza – ou um pouco menos de ansiedade – possivelmente o tivessem levado a um resultado diferente.
Claro que a ansiedade tem seu lado positivo. E essa cautela disfarçada pode ser bastante útil e nos livrar de muitas dores de cabeça. Mas, em demasia, ela pode criar em nós os estados mais paralisantes que possam existir.
Aqui vai algumas das formas como a sua ansiedade pode se manifestar e o que você pode fazer para se libertar dela:
Você hesita em agir até que você esteja 100 por cento pronto:
Uma grande parte da ansiedade provém de ter uma “intolerância a incerteza“. Trata-se de um medo do fracasso, e pode mantê-lo atolado no modo de contemplação. Você pode ter uma tendência a considerar muitas idéias, sem nunca tentar qualquer uma delas. Ou você pode encontrar-se perpetuamente preso na fase de projetos que nunca se põem em prática.
Liberte-se: As pessoas propensas à ansiedade tendem a se concentrar sobre os piores resultados possíveis, então elas se preocupam muito com o risco de tomar medidas. Mas a verdade é que, normalmente, há um espectro de possibilidades para além da catástrofe eminente que um estado ansioso cria. Você pode pensar e tentar identificar: a) a pior coisa que poderia acontecer; b) a melhor coisa e c) a coisa mais realista. Faça-o nessa ordem. A ideia é ajudar a si mesmo reconhecer as oportunidades que existem, juntamente com os riscos, para que se sinta mais seguro ao fazer um movimento.
Outro truque é fazer um plano de como você iria lidar se o pior cenário se tornasse realidade.
Pessoas extremamente preocupadas estão sempre pensando: “e se isso” e “se aquilo”…? Mas elas nunca realmente respondem a essa pergunta. Em vez de constantemente tentar evitar os resultados negativos, faça um plano de ação. Isto pode aumentar a sua percepção de si mesmo como alguém que pode lidar com a adversidade quando ela ataca – e isso pode ser calmante.
Você tem obsessão por erros:
Reviver erros do passado – o que significa que você pode estar a repeti-los uma e outra vez em sua mente – é chamado de ruminação, e isso pode deixar você em um beco sem saída.
Liberte-se: Às vezes, uma boa maneira de escapar do ciclo é tomar medidas concretas para avançar, sair dele. Comece a anotar três ações possíveis que você possa tomar agora. Por exemplo, se você contratou recentemente um novo empregado que não está a corresponder, em vez de se consumir e culpar porque não reparou em algo no currículo dessa pessoa, você poderia, por exemplo: 1) Dar-lhe menos responsabilidade; 2) Fornecer mais orientação; 3) Demiti-lo.
Fazer essa lista muda sua mente e possibilita a criação de um modelo mais produtivo e com mais possibilidades.
Você teme críticas:
As pessoas ansiosas muitas vezes desistem de seu caminho para evitar feedback porque elas já se julgam com severidade pois possuem um crítico interno bastante efetivo, e as críticas a partir do exterior são especialmente perturbadoras. Além disso, você certamente estará repetindo a crítica em sua mente por dias e semanas a fio, o que torna isso ainda mais difícil.
Liberte-se: Tente agir relaxadamente quando você recebe uma avaliação. Mesmo que você possa sentir-se esmagado ou defensivo, envie sinais físicos que você é grato. Solte os ombros, levante sua cabeça, relaxe as mãos… Isto não é apenas um ato sem intenção: essas atitudes não-verbais positivas vão rapidamente sincronizar com os seus sentimentos e pensamentos e ajudar a transformá-los em sensação de calma, aceitação e conforto.
Esses são pequenos insights, cuja intenção é criar uma espécie de vigilância e ação consciente sobre a ansiedade. Eles certamente não transformarão – do dia para a noite – um “ansioso de carteirinha” em um sujeito totalmente zen. Mas, pequenas ações podem significar a diferença entre caos mental x serenidade ou confiança x paralisia.